Topo

De sensação com Tite a emprestado: como Lucca despencou no Corinthians

Lucca foi emprestado pelo Corinthians e jogará na Ponte Preta em 2017 - Clelio Tomaz/AGIF
Lucca foi emprestado pelo Corinthians e jogará na Ponte Preta em 2017 Imagem: Clelio Tomaz/AGIF

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

19/01/2017 14h05

Se há um ano iniciava a temporada com prestígio no Corinthians, a realidade de Lucca hoje é bem distinta. Talismã na conquista do Brasileirão 2015 e titular de Tite em seus últimos meses de Parque São Jorge, o atacante foi cedido gratuitamente por empréstimo à Ponte Preta, pois estava fora dos planos do treinador Fábio Carille.

A mudança de status de Lucca ocorre meses depois de ter 60% de seus direitos econômicos comprados por quase R$ 5 milhões pelo Corinthians. Logo depois, ele perdeu a vaga na equipe, desceu ainda mais de patamar com a oportunidade enfim dada a Romero, a chegada de Marquinhos Gabriel, a ascensão de Marlone - no fim, terminou 2016 atrás até do garoto Léo Jabá, promovido das divisões de base.

De acordo com avaliações da comissão técnica e da direção do Corinthians, Lucca é um dos jogadores que mais caíram de produção desde a perda do treinador para a seleção brasileira. Ainda que tenha terminado o ano como terceiro artilheiro da equipe, ele anotou 7 de seus 9 gols antes da saída de Tite. 

Na chegada ao Corinthians, Lucca ficou marcado por ter sido uma indicação de Matheus Bachi, filho de Tite, antes de se tornar auxiliar técnico do clube. O fato de o atacante trabalhar com o empresário e ex-conselheiro Fernando Garcia facilitou a contratação, feita por empréstimo justamente em momento no qual Malcom oscilava na equipe principal. Lucca estreou com participação importante em vitória no Santos e ainda marcou três gols nas últimas rodadas do Brasileirão. 

Contratação de Lucca foi amplamente debatida no Corinthians

Depois de perder Malcom para a França, Tite transformou a permanência de Lucca em um item fundamental para as aspirações do Corinthians na Copa Libertadores. As negociações se arrastaram por meses, até que a compra dele foi fechada pelo presidente Roberto de Andrade em abril. Internamente, porém, conselheiros e dirigentes questionaram se valeria a pena investir R$ 5 milhões no jogador que não havia se firmado na carreira com 25 anos - passou pelo Cruzeiro, sem sucesso, e por Criciúma, duas vezes, e Chapecoense. Mas, na urgência do momento, o martelo foi batido. 

Com muitos jogadores pelo lado do campo e nenhum confiável no centro da área, Tite foi o primeiro a vislumbrar situação diferente para Lucca, que então também foi testado como centroavante. O início dessa mudança foi promissora, com gol de cabeça diante do Sport na Ilha do Retiro. Mas, em todas as oportunidades seguintes, com Cristóvão Borges, Fábio Carille e Oswaldo de Oliveira, quase nada de bom ocorreu. 

Nas últimas semanas, a direção do Corinthians teve cuidado em conduzir o empréstimo do atacante, que ainda tem contrato por mais dois anos e meio. O uso de termos como 'moeda de troca', em razão do interesse na contratação de Willian Pottker, foi evitado. Houve, sim, uma conversa franca com Lucca para explicar que a saída por um ano seria o melhor caminho. 

Além disso, em entrevistas, o empresário Fernando Garcia frisou a quantidade de clubes interessados em Lucca - segundo ele afirmou, eram sete. O Corinthians confirmou consultas de Vitória, Internacional, Botafogo e Ponte Preta, que levou a melhor e terá o jogador por empréstimo para o Paulistão, Copa do Brasil e Série A.