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Santos mobiliza comunidade marroquina, que conta com torcida de ex-jogador

Taoufik, que jogou no Raja Casablanca - José Eduardo Martins/UOL
Taoufik, que jogou no Raja Casablanca Imagem: José Eduardo Martins/UOL

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

29/01/2017 04h00

Logo ao chegar ao Pacaembu, uma cena chamou a atenção dos santistas. Mesmo sendo uma partida amistosa, entre Santos e Kenitra, do Marrocos, havia uma área reservada para a torcida adversária. Lá estavam apenas seis pessoas, duas famílias que aguardavam ansiosamente a oportunidade de rever o time de seu país.

"Assim que vimos que teria esse amistoso, nós compramos os ingressos. Quisemos pegar o setor de visitantes para ver o time do Kenitra no Pacaembu. Lá no Marrocos, Kenitra e Raja Casablanca é um grande dérbi. Eu torço para o Raja", disse Taoufik Ennaouri, de 41 anos, que conhece muito bem o futebol marroquino.

"Fui jogador (da base) do Raja, o clube que disputou o Mundial de Clubes contra o Corinthians [em 2000] e ganhou do Atlético-MG [em 2013]. Saí do Marrocos para tentar a carreira aqui no Brasil, fui para o Juventus, mas não deu certo. Estou aqui no Brasil há 15 anos", contou Taoufik.

"Hoje sou são-paulino, por isso vou mais ao Morumbi. Tenho uma empresa de manutenção de ar condicionado, sou casado com uma brasileira e estou muito feliz, mas sinto falto do Marrocos", completou o ex-atacante marroquino.

Aos poucos, o local foi ganhando a presença de outras famílias marroquinas. "Existe cerca de três mil marroquinos no Brasil. É uma comunidade pequena. Eu comprei o ingresso para o jogo aqui na bilheteria e não tive qualquer problema", disse Zakia Ouchchen. 

Os santistas agiram de maneira bem diferente da habitual com os adversários, não provocaram os torcedores marroquinos e até aplaudiram o gol adversário. Enfim, como bons anfitriões, os alvinegros propiciaram um clima ameno para os visitantes e só deram risada na hora que os estrangeiros ensaiaram um cântico folclórico para apoiar o seu time. 

Durante a partida, dentro de campo, os santistas não deram qualquer chance para os estrangeiros. Porém, o importante para os torcedores marroquinos era oportunidade de se aproximar dos compatriotas e se sentir, de alguma maneira, um pouco mais perto seu país.