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Irmão mais velho? De roupa social, Rogério Ceni foge do rótulo de professor

De roupa social, Rogério Ceni dirigiu o São Paulo na Florida Cup - Chris O"Meara/AP
De roupa social, Rogério Ceni dirigiu o São Paulo na Florida Cup Imagem: Chris O'Meara/AP

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

02/02/2017 04h00

Para deixar as luvas de goleiro de lado e começar trilhar a carreira de técnico, Rogério Ceni precisou mudar algumas coisas em sua vida. Com o uniforme do clube, o comandante do São Paulo não abandonou os exercícios físicos e participa ativamente de todas as atividades no CT da Barra Funda. Mas, na hora do jogo, o visual é bem diferente.

De roupa social e sapato, ele comanda a equipe à beira do gramado. As roupas são definidas pelo próprio ex-goleiro, que não conta com estilista ou patrocinador pessoal para o vestuário. O estilo adotado pelo treinador, esporte fino, é similar a de técnicos europeus. Uma das fontes de inspiração do Rogério Ceni no trabalho técnico e tático, o colombiano Juan Carlos Osorio também usa roupa social em boa parte dos jogos em que trabalha.

Nas primeiras partidas dirigindo a equipe, contra River Plate e Corinthians, na Florida Cup, nos Estados Unidos, Rogério Ceni combinou sapato marrom com camisa azul clara e calça azul acinzentada. Para a estreia no Campeonato Paulista, porém, ainda não se sabe se ele vai repetir o visual ou adotar um outro estilo.

O uso de roupa social para treinadores é livre no São Paulo, sem qualquer restrição para marca. Já no caso de traje esportivo, os integrantes do elenco devem usar o material do fornecedor oficial, Under Armour.

No trato com as pessoas, Rogério tentou não mudar muito em relação aos tempos em que era goleiro. Até mesmo na forma de ser chamado, ele prefere não seguir o caminho de outros treinadores e ser visto como professor.

"Não está dando para diferenciar (o Rogério jogador do treinador). Ele procura ser muito transparente com os jogadores. Não quer ser chamado de professor, mas sim pelo nome", contou o zagueiro Breno, que jogou ao lado do treinador entre 2007 e 2008 e depois em 2015.

Durante os jogos e treinos, o ex-goleiro grita muito para passar as instruções para os pupilos. Por ainda não saber dosar a voz, o técnico sofreu com a rouquidão na maior parte do tempo nesta pré-temporada. Mas se engana quem vê Rogério como um técnico que faz o estilo linha dura.

"Ele procura ser um paizão, quer dizer, irmãozão para ficar junto com todos", disse Breno.