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Má fase mostra que Mané é mais importante que Coutinho no Liverpool

Paul Harding/AP Images
Imagem: Paul Harding/AP Images

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

02/02/2017 04h00

Conhece Sadio Mané? O senegalês é um jogador de lado de campo, comprado pelo Liverpool no início da temporada por 41 milhões de euros (R$ 140 milhões). Pode parecer muito, mas não é. Hoje, o atacante é o jogador mais importante do time de Jurgen Klopp. Mais importante, inclusive, que o brasileiro Philippe Coutinho, maior ídolo da torcida vermelha. A má fase atual é prova disso.

O Liverpool já foi o time mais empolgante da temporada na Europa, mas, após um desempenho desastroso em janeiro, está caindo pelas tabelas. Desde a virada do ano, foram nove jogos e só uma vitória. A equipe caiu para o quarto lugar do Campeonato Inglês (a dez pontos do líder Chelsea) e ainda acabou eliminada na Copa da Inglaterra e na Copa da Liga Inglesa.

Mané só perdeu uma vez

Sabe quem não estava com o time em boa parte dessa sequência? Mané. Ele foi convocado por Senegal para disputar a Copa das Nações Africanas e saiu após o primeiro jogo de 2017 (2 a 2 com o Sunderland). Sua seleção chegou até as quartas de final, mas foi eliminada por Camarões, nos pênaltis. Voltou para a Inglaterra no início dessa semana e entrou em campo no último jogo da equipe no mês, 1 a 1 com o Chelsea.

Levando em conta toda a temporada, sua importância só cresce. O Liverpool perdeu seis vezes em 32 jogos. O senegalês só estava em campo em uma dessas derrotas, os 4 a 3 do Bournemouth pelo Campeonato Inglês. Com ele em campo, o aproveitamento de pontos é de 77%. Sem ele, cai para 65%.

Coutinho e Firmino atrás

A comparação com Coutinho vale: o brasileiro, que ficou parado entre dezembro e janeiro, contundido, entrou em campo 21 vezes pelo Liverpool. Venceu apenas 11 vezes. O aproveitamento dos pontos com ele em campo é de apenas 60%. O do outro brasileiro elogiado por público e crítica na temporada, Roberto Firmino, é ainda menor, com 58% (13 vitórias em 27 jogos).

A explicação para a queda sem o senegalês pode ser tática. Quando ele está em campo, o Liverpool joga com um trio de ataque formado, justamente, por Coutinho, Mané e Firmino. O último joga mais centralizado, mas os três trocam constantemente de posição, criando problemas para as defesas rivais. Tanto que o trio estava tendo, até dezembro, quando Firmino se machucou, grandes temporadas individuais.

Janeiro ruim para o trio

Coutinho tinha seis gols e quatro assistências até janeiro. Firmino tinha marcado sete vezes. Mané somava nove gols e quatro assistências. Em janeiro, o trio, no total, só contribuiu com três gols: foram uma assistência (de Coutinho) e dois gols (de Firmino, em um mesmo jogo). Mais uma vez, a explicação é tática.

Quando um deles não joga, Jurgen Klopp usa um centroavante menos móvel na posição, o inglês Sturridge ou o belga Origi. Com isso, perde as opções táticas e os espaços criados pelas trocas de posição. Além disso, os dois que entram em campo ficam mais longe do gol.

A notícia positiva é que, a partir de agora, o Liverpool deve contar com os três até o final do Campeonato Inglês. Resta saber se a sequência sem derrotas de janeiro já acabou com as chances de título do time vermelho do norte da Inglaterra.