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Um mês de Rogério Ceni: o que de fato mudou dentro do São Paulo

Rogério Ceni durante treino do São Paulo, no CT da Barra Funda - Julia Chequer/Folhapress
Rogério Ceni durante treino do São Paulo, no CT da Barra Funda Imagem: Julia Chequer/Folhapress

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

04/02/2017 04h00

Neste sábado, Rogério Ceni completa um mês como técnico do São Paulo. Apesar de o time ainda não ter disputado uma partida oficial no Brasil, muita coisa está diferente dentro do clube desde a reapresentação dos jogadores no dia 4 de janeiro.

Uma das primeiras mudanças é de ordem prática, na rotina de quem trabalha no CT da Barra Funda. Na maior parte do tempo, o ex-goleiro tentou implantar o sistema de cinco períodos de trabalho para um de folga. Assim, por exemplo, o time treinava de manhã e à tarde na segunda-feira e na terça. Fazia mais uma sessão na quarta antes do almoço e depois ganhava um descanso.

Desta maneira, durante a pré-temporada, nos Estados Unidos, os atletas conseguiram alguns momentos para ficarem livres para fazer compras ou sair para comer, com a moderação necessária para um profissional, como recomendou o ex-goleiro. Tal postura de Rogério Ceni foi vista com bons olhos pelo elenco.

Nos treinamentos, apesar do clima amistoso, o comandante não poupou os seus pupilos. Como era previsto, as atividades passaram a ser mais intensas. Os treinos são montados por Rogério Ceni e o seu assistente inglês Michael Beale um dia antes.

Algumas novidades foram implantadas. Os jogadores tiveram, por exemplo, de treinar em um labirinto de estacas, que eram colocadas no meio do campo. No caso, um atleta passava para o outro, que era marcado por Rogério Ceni ou Pintado, sem a bola poder encostar em uma das estacas. Depois de superar os obstáculos e o marcador, era feito o chute para o gol.

Os goleiros também não ficaram sem ter um tratamento diferenciado. Sob a supervisão do preparador Haroldo Lamounier, que substituiu Carlos neste ano, os arqueiros já tiveram, por exemplo, de defender bolas de tênis que eram lançadas por raquete.

Os jogadores que subiram recentemente das categorias de base, como Shaylon e Luiz Araújo, também passaram a contar com o apoio e a confiança do treinador. Não são raros os momentos em que ele aproveita um tempo do treinamento para conversar e dar conselhos aos mais jovens.

A pressão sobre a equipe, ao menos nesse início de trabalho, diminuiu. Afinal, além de contar com Rogério Ceni, um dos maiores ídolos da história do clube, como escudo, os jogadores conquistaram o torneio amistoso Florida Cup, nos Estados Unidos, sobre o Corinthians.
 
Para tentar unir mais o time, Rogério Ceni promoveu partidas de futebol americano e foi com todo o elenco passear nos parques de diversão de Orlando, durante a folga da Florida Cup.
 
Também um pouco por conta do prestígio de Ceni, a diretoria se empenha para reforçar o elenco após a saída de David Neres, vendido ao Ajax, da Holanda, por R$ 50 milhões. A ideia é contratar um centroavante, um volante e tentar antecipar a volta do atacante Rogério, que está emprestado ao Sport até maio. A intenção da diretoria é não repetir com Rogério Ceni o que aconteceu com Juan Carlos Osorio, que perdeu oito jogadores no meio da temporada em 2015.