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CIA detalhou visita de Pelé a ex-presidente dos EUA com erros de informação

Evento foi em 1975, com Gerald Ford na presidência dos EUA - Adriano Vizoni/Folhapress
Evento foi em 1975, com Gerald Ford na presidência dos EUA Imagem: Adriano Vizoni/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

06/02/2017 12h50

Com a liberação ao público de documentos que eram considerados previamente secretos pela Agência de Inteligência Central (CIA) norte-americana, surgiram detalhes de como foram visitas de Pelé à Casa Branca em 1975, onde o ex-jogador brasileiro se encontrou com o então presidente Gerald Ford. O ‘Estado de S. Paulo’ foi o primeiro encontrar a história.

O documento tem 13 páginas, escritas pelo secretário de Estado Henry Kissinger, e apresenta os motivos do encontro de dez minutos de duração e o que aconteceu naquele sábado, 28 de junho. Um perfil de Pelé foi escrito para o briefing de Ford, porém o texto continha mais de uma imprecisão, como a frase a seguir.

“Enquanto Pelé esteve na seleção brasileira, ela dominou o futebol mundial. As vitórias em três partidas seguidas de Copa do Mundo garantiram a posse em definitivo do troféu para o Brasil”, diz o texto, quando na verdade Pelé venceu as Copas de 1958, 1962 e 1970, cada uma com diversos jogos. Outro erro é a idade na idade do brasileiro em seu primeiro Mundial. Em vez de 17, número correto, ele foi apresentado com 16 anos na vitória na Suécia.

Kissinger informou Ford que Pelé sabia falar inglês e que o embaixador brasileiro que o acompanhava, João Augusto de Araújo, era fluente.

Em todo caso, um tradutor foi colocado à disposição para a conversa, que abordou temas como a satisfação que os norte-americanos tinham que Pelé foi ao país jogar futebol, a importância da presença do brasileiro para estimular a prática e o interesse esporte nos EUA e como os EUA estavam entre os países menos desenvolvidos do mundo na modalidade.

Ford também expressou a esperança de que os EUA fariam frente às principais seleções mundiais em alguns anos, além de mostrar que sabia da vitória do país sobre a Inglaterra na Copa de 1950 e torcer para que a ida de Pelé para o Cosmos, onde ele era o jogador mais bem pago do mundo da época, ajudasse a tornar as relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados unidos mais amigáveis.

O propósito do encontro, por parte da Casa Branca, era a reunião de Pelé, “atleta extraordinário”, e expressar apreciação e apoio à liga americana de futebol.