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Inter adota postura agressiva e 'atropela' rivais no mercado da bola

Atacante Carlos estava acertado com o Vitória, mas o Inter atravessou negócio - Bruno Cantini/Atlético-MG
Atacante Carlos estava acertado com o Vitória, mas o Inter atravessou negócio Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

06/02/2017 04h00

O Internacional mudou sua conduta no mercado da bola. O começo de 2017 marca uma postura agressiva em relação a competição por jogadores. E batendo de frente com rivais, o time vermelho tem conseguido o que pretende para a disputa da segunda divisão nacional. 

A direção passada preferia o tom passivo. Quando determinado jogador começava a conversar com um clube ou mesmo tentar renovação de contrato na equipe em que já estava, o Colorado jamais interferia. Entrou em algumas disputas, é verdade, mas jamais com o empenho pretendido. 
 
O discurso de 'não fazer leilão' ocasionou, por exemplo, a saída da negociação por Henrique Almeida, que acabou no Grêmio. No momento, a desistência virou motivo de chacota entre os torcedores, mas com o rendimento do atacante na temporada acabou comprovando-se um acerto. 
 
Só que em 2017 a conduta é outra. Ficou claro em dois dos sete negócios já firmados pelo Internacional para a temporada que até o jogador ter um acordo formal com determinado time, o Colorado poderá ser agente na negociação. 
 
Foi assim com Alemão, que alinhava os detalhes para permanecer no Botafogo com salários próximos a R$ 40 mil mensais até a intervenção do Inter. A oferta de R$ 60 mil por mês ocorreu depois do infortúnio na tentativa de renovar o contrato de William e fez o ex-botafoguense desistir de permanecer no Rio de Janeiro e correr para Porto Alegre. 
 
O mesmo ocorreu no acerto com Carlos, do Atlético-MG. O jogador tinha acordo apalavrado com o Vitória até o Internacional, que atravessou a negociação após não conseguir contratar Marcelo Cirino, do Flamengo (emprestado pelo Atlético-PR). Carlos chegou a ser anunciado informalmente pela direção do Vitória, que depois precisou recuar. Foi esperado por vários dias em Salvador, mas após o primeiro contato do Internacional desistiu de ir para o rubro-negro. Preferiu o Colorado. 
 
A direção do Internacional evita comentários. Qualquer ação mais incisiva é tratada internamente e torna-se pública apenas depois de acordos firmados. O segredo também tem ajudado nas contratações, que realizadas desta forma têm se concretizado sem grandes dificuldades. 
 
A postura 'decidida' da nova direção do Inter - que assumiu em dezembro e cujo presidente é Marcelo Medeiros e o vice de futebol Roberto Melo - fez, ainda, o clube desistir da Florida Cup sem importar-se com contratos e patrocinadores. Percebendo que seria prejudicial ao início da temporada, por conta do atraso no fim do calendário de 2016 em razão da tragédia ocorrida como voo da Chapecoense, o Inter desistiu e sequer abriu possibilidade de argumentação dos organizadores da competição. 
 
O Colorado encara um ano atípico. Em 2017 terá pela primeira vez em sua história a Série B pela frente. Por enquanto, disputa o Campeonato Gaúcho e a Primeira Liga.