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Dois meses após tragédia, malas das vítimas ainda estão presas na Colômbia

Daniel Fasolin e Luiza Oliveira

Do UOL, em Chapecó e em São Paulo

08/02/2017 04h00

Quase dois meses e meio após a queda do avião da LaMia, que tirou a vida de 71 pessoas na Colômbia, alguns assuntos permanecem sem solução. É o caso dos pertences das vítimas, que ainda estão presos na Colômbia e aguardam autorização para serem devolvidos ao Brasil. Os materiais, como malas de jogadores e integrantes do voo, aparelhos de transmissão e também materiais esportivos, estão armazenados no Aeroporto Internacional José María Córdova.

Segundo o diretor jurídico da Chapecoense, Marcelo Zolet, responsável pela repatriação dos pertences, a empresa vem tendo dificuldades na catalogação e identificação dos objetos, o que deixa o processo de liberação mais lento que o habitual.

Até o fim da última semana, cerca de 60% dos materiais haviam sido identificados pelas autoridades brasileiras e também colombianas.

Após o processo burocrático, a empresa inglesa entrará em contato direto com os principais interessados, como a Chapecoense e as emissoras Fox Sports e TV Globo, para avaliar a melhor maneira de entregar as malas aos familiares. 

Os materiais estão trancados no aeroporto, sob custódia da empresa inglesa Blake Emergency, contratada pela LaMia para tal fim. Há um representante da empresa permanentemente no aeroporto garantindo a segurança dos pertences.

Em contato com o UOL Esporte, a diretoria da Chapecoense informou que o processo está perto do fim e que o material será enviado em breve para a cidade. Deixou claro ainda que tudo está sendo feito da forma mais rápida e transparente possível e que as embaixadas do Brasil e da Colômbia estão imbuídas em realizar o processo com a maior agilidade permitida pela lei.

Algumas famílias de atletas aguardam com ansiedade a chegada dos pertences. Viúva do jogador Cleber Santana, Rosângela Loureiro só recebeu a aliança e o telefone celular do marido, por enquanto. Ela espera reaver a mala e, principalmente, a carteira do marido com todos os documentos e cartões.

Rosângela afirma ter visto a carteira sendo recuperada em uma reportagem exibida na televisão. "Só me falaram que iam entregar até o fim de janeiro. Estamos aguardando, é ter paciência e esperar para ver. A carteira do meu marido eu quero porque eu vi na TV, foi filmada, então estou esperando".