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Everton supera 'Bonde da Stella', recusa propostas e vira destaque do Fla

O meia Everton comemora o gol marcado pelo Flamengo na vitória sobre o Botafogo - Gilvan de Souza/ Flamengo
O meia Everton comemora o gol marcado pelo Flamengo na vitória sobre o Botafogo Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/02/2017 04h00

Everton já viveu de tudo um pouco no Flamengo. Chegou ao clube em 2008 e passou por maus bocados na entrevista coletiva de apresentação. Mas a timidez para enfrentar a imprensa ficou no passado. Lidar com a exigência inerente ao Rubro-negro se transformou em um dever diário. O camisa 22 virou destaque e ainda completou 200 jogos com direito a gol e vitória por 2 a 1 no clássico contra o Botafogo.

O meia está na segunda passagem pelo Flamengo. Há pouco mais de um ano teve chances de se transferir para Corinthians e Tianjin Quanjian, da China. Recentemente, novas propostas de outros clubes. Prevaleceu o desejo de ficar no Rubro-negro, com o qual renovou contrato até dezembro de 2019.

“Tive algumas propostas para sair. Esse ano mesmo. Mas a renovação estava adiantada com o Flamengo. Tivemos uma conversa boa. É um clube que jogo há muito tempo e a adaptação da minha família ao Rio de Janeiro também contou. Estou concentrado e tenho o objetivo de conseguir um título importante aqui. Fiquei também por isso. O Flamengo está muito bem estruturado e tenho a certeza de grandes conquistas”, afirmou ao UOL Esporte.

Everton posa com a camisa de número 200. Meia comemorou a marca no Rubro-negro - Gilvan de Souza/ Flamengo - Gilvan de Souza/ Flamengo
Everton posa com a camisa de número 200. Meia comemorou a marca no Rubro-negro
Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo
Se hoje vive um dos melhores momentos no clube, Everton enfrentou em 2015 o episódio que por pouco não o fez deixar o Flamengo pela porta dos fundos. O “Bonde da Stella”, conforme ficou conhecido entre os torcedores, causou o afastamento dele e de outros jogadores do elenco profissional por conta de excessos extracampo. O meia deu a volta por cima e reconhece que o caso poderia ter complicado a carreira.

“Foi um momento muito difícil, o pior deles. Terminou em um afastamento muito doloroso e não quero lembrar disso. Sou um cara trabalhador, não chego atrasado e cumpro com as obrigações. Já passei de tudo no Flamengo. Não podemos nos empolgar com elogios e também não dá para meter a cara no travesseiro na hora das críticas. A minha cabeça está no lugar”, garantiu.

O pior momento passou e o melhor ainda está por vir. É nisso que Everton acredita, apesar de ter no currículo o título brasileiro de 2009 pelo Flamengo. “Era muito jovem. Estou muito mais preparado agora. E o próprio clube é outro. Na época em que cheguei aqui peguei três meses de salários atrasados. Hoje, o jogador pode fechar os olhos e vir para o Flamengo. É um clube estruturado e que paga em dia. Isso faz diferença. Não adianta”, comentou.

Feliz com a boa fase e por ter comemorado com estilo os 200 jogos, Everton se acostumou a ser visto como opção no banco de reservas a cada início de temporada. O filme se repete. Boa parte dos torcedores projeta as entradas de Berrío e Conca entre os titulares rubro-negros em breve. Comendo pelas beiradas, o camisa 22 não se incomoda e diz ter a receita do sucesso na Gávea.

“Todos os anos me colocam no banco, mas acabo entre os titulares [risos]. Conhecemos o clube, mas nada acontece sem regularidade. Espero terminar o ano desse jeito e com títulos. É para isso que estou aqui”, encerrou.