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Sem time, goleador da Copa SP conta como é vida de encostado no Corinthians

Gabriel Vasconcelos não teve oportunidades no profissional do Corinthians - Divulgação
Gabriel Vasconcelos não teve oportunidades no profissional do Corinthians Imagem: Divulgação

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

16/02/2017 13h49

Adquirido a peso de ouro do Fluminense pelo Corinthians, Gabriel Vasconcelos chegou ao clube em 2014 com um dos maiores salários das divisões de base. A expectativa foi inicialmente cumprida, mas não assegurou o que qualquer jogador jovem como ele, que completará 21 anos em março, espera: oportunidades. 

 

Cumprir a expectativa, no caso dele, significa ter sido o centroavante corintiano nas edições 2015 (campeão e artilheiro) e 2016 (vice-campeão e autor de 5 gols) da Copa São Paulo. Sem equipe para defender e sem idade para a base, Gabriel Vasconcelos está encostado no Corinthians após dois empréstimos relâmpago.  

Ele tem contrato até dezembro de 2018, mas apenas treina em horários diferentes do grupo principal, quase sempre na academia. Tem, a seu lado, mais quatro jogadores nessa rotina: Lauder (20 anos) e Estevão (21), atacantes, Márcio Ferrari (20 anos), volante, e Zé Guilherme (21 anos), goleiro. Gabriel Vasconcelos, ao UOL Esporte, conta mais da situação:

A melhor fase

Em 2015, fomos campeões sobre o Botafogo, fui artilheiro e logo depois subiram alguns jogadores, como o Cassini (na Ponte Preta), o Tocantins (no Estoril-POR) e o Pedro Henrique. Eu subi na metade do ano, com as saídas do Sheik e do Guerrero, mas nunca tive a oportunidade de atuar ou ir a um jogo. Entre agosto e dezembro, eu descia para o sub-20 para jogar. 

Empréstimo 1

Depois da Copa São Paulo de 2016, fomos vice-campeões, surgiu empréstimo para o América do Rio. Como eu não tinha jogado profissionalmente, pensei 'já que não vou ter oportunidade, era melhor um empréstimo'. No América, joguei sete jogos e fiz dois gols, mas nem joguei na função de centroavante. Atuei mais na beirada e como meia centralizado. Retornei após três meses.

Empréstimo 2

Voltei, joguei pelo Paulista e pelo Brasileiro Sub-20, e então tive contato do Joinville. Eu estava jogando lá, mas a fase do time não ajudava todo o elenco, o planejamento não estava bom, tanto que o time caiu para a Série C. Joguei alguns jogos de titular, como centroavante e na beirada, mas acabou que o treinador e o diretor foram mandados embora. Chegou o Lisca, assumiu e, como o elenco estava muito grande, ele dispensou 15 atletas. Meu nome estava no meio.

Encostado

Retornei para o sub-20, joguei mais alguns jogos do Paulista e acabou o ano. Então eu entrei de férias e, em janeiro, o pessoal falou que no momento não iria me utilizar. Como eu não tinha arrumado empréstimo, treino em outros horários diferentes. Faço academia e trabalhos físicos à parte dos demais jogadores, com horários diferentes. 

Sem propostas oficiais

O Corinthians até hoje não me disse se estava atrás de algum clube para mim. Não chegou proposta oficial. Os meus empresários, Reinaldo e Rodrigo Pitta, chegaram com algumas especulações, mas nada concreto que entendemos ser uma proposta boa. Estão correndo atrás com o Alessandro (gerente de futebol), mas ainda não encontraram nada. Como os outros empréstimos não foram bons, estamos escolhendo bem. 

"Maior vontade do mundo"

O Corinthians é o clube que me abriu as portas na Copa São Paulo, então espero logo arrumar uma equipe em que eu possa jogar e me destacar. Minha maior vontade do mundo é jogar no Corinthians. Meu pensamento é voltar com moral, como o Maycon (estava na Ponte Preta) e o Moisés (no Bahia). 

Sem feedbacks no Corinthians

Nunca me deram uma satisfação porque não fui utilizado. Em 2015, quando subi, era um elenco muito forte, encaixado, que foi campeão brasileiro e não tinha como a gente jogar. Em 2016, houve uma reformulação, chegaram jogadores mais cascudos. Não disseram isso ou aquilo, e acabei tendo escolhas na minha vida que não foram muito legais. Em 2017, só me disseram que a princípio eu não seria aproveitado.