Baggio foi muito mais que pênalti de 94: salvador, ídolo e pivô de 'motim'
O pênalti cobrado sobre o gol defendido por Taffarel marcou a carreira de Roberto Baggio. O lance que determinou o tetra do Brasil na Copa do Mundo de 1994 o perseguiu por anos. Mas o ídolo italiano, completando 50 anos neste sábado, foi muito mais do que isso. Na realidade, não fosse por ele, a Itália não teria chegado nem perto da final daquele Mundial.
Na primeira fase, os italianos ficaram em terceiro no grupo e avançaram na última das 16 vagas. Nas oitavas, a Itália perdia para a Nigéria até os 43min do segundo tempo: Baggio empatou e garantiu a vitória na prorrogação. Nas quartas, novamente aos 43min da etapa final, fez o gol do triunfo por 2 a 1 sobre a Espanha. Na semifinal, marcou mais duas vezes nos 2 a 0 sobre a Bulgária.
E esse desempenho decisivo não foi uma surpresa para ninguém. Um ano antes, Baggio fora eleito o melhor jogador do mundo tanto pela Fifa como pela revista France Football, faturando os dois principais prêmios individuais da época.
Além disso, poucos jogadores defenderam os três maiores times italianos: Juventus, Milan e Inter de Milão. Ele ainda foi ídolo de Brescia e Fiorentina. Inclusive, tamanha idolatria causou uma revolta de proporções preocupantes quando Baggio se transferiu da Fiorentina para a Juventus em 1990.
O negócio aconteceu pouco depois de o time de Turim vencer a final da Copa da Uefa diante da Fiorentina. Decepcionada, a torcida de Florença explodiu de raiva quando foi anunciada a venda de Baggio, ídolo local, justamente para a Juventus.
Relatos da época apontam 50 pessoas detidas e nove feridos nos protestos violentos por parte dos torcedores da Fiorentina. Tijolos, correntes e até bombas caseiras foram lançados pelos magoados fãs. O presidente da equipe na época precisou ficar isolado no clube enquanto aguardava os ânimos se acalmarem.
O fato mexeu com todo mundo, principalmente com Baggio. Tanto que, no retorno à Florença, agora como reforço da Juventus, ele se recusou a bater um pênalti. Alegou que o goleiro rival, seu ex-companheiro, o conhecia muito bem. A torcida da Fiorentina continuou nervosa e arremessou diversos objetos em direção a Baggio. Foi quando o jogador pegou carinhosamente um cachecol de seu ex-time, levou consigo e saudou seus antigos fãs.
A paz foi estabelecida com a torcida da Fiorentina, mas irritou a da Juventus. Com o tempo, no entanto, ele compensou a desconfiança conquistando um Italiano (94-95), uma Copa da Uefa (92-93) e uma Copa da Itália (94-95). Baggio ainda foi bicampeão italiano, desta vez pelo Milan, no ano seguinte. Mais um feito raro para um craque marcado por um pênalti histórico.
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