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Tite elogia Messi e diz: "Queria que ele tivesse nascido no Brasil"

Tite concedeu entrevista ao jornal espanhol "AS"  - Reprodução/UOL Esporte
Tite concedeu entrevista ao jornal espanhol "AS" Imagem: Reprodução/UOL Esporte

Do UOL, em São Paulo

21/02/2017 11h02

Em viagem pela Europa para observações visando a próxima convocação, o técnico da seleção brasileira, Tite, concedeu uma entrevista ao jornal espanhol “AS” na qual disse que gostaria que Lionel Messi tivesse nascido no Brasil.

Questionado diretamente sobre se tinha este desejo, Tite não titubeou. "Sim, eu queria que Messi tivesse nascido no Brasil. Independentemente da grande rivalidade entre Brasil e Argentina, só se faz rival a quem se admira. E nós temos uma admiração pelo argentino”, afirmou.

De acordo com a avaliação do técnico brasileiro, Messi tem qualidades pouco vistas em outros jogadores no mundo. Tite destacou principalmente a visão de jogo do argentino.

“Messi é impressionante. Sua capacidade criativa é extraordinária, fora dos padrões normais. Ele tem uma vista tridimensional. Consegue ver o que os outros não veem. Ele pensa em um nível muito elevado de sintonia. Ele vê a jogada faz, a segundo e a terceiro que estão por vir", disse.

Tite também foi instigado a fazer uma comparação entre Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, jogadores que nos últimos anos dividem opiniões sobre quem é o melhor do mundo. E preferiu uma análise mais ampla.

"Eles têm estilos diferentes. Um deles é um artilheiro contundente, vertical, finalizador. O outro é lúdico, criativo, mágico, tem a capacidade de também participar além do jogo individual. Um joga em um setor do campo menos adiantado do que o outro. Os dois no mesmo time destroçariam os rivais", avaliou.

Como não poderia deixar de ser, a entrevista de Tite girou em torno de assuntos e jogadores relacionados ao futebol espanhol. Veja mais algumas declarações do brasileiro ao jornal "AS".

Neymar

"Falei com todos os jogadores que convoquei para a seleção. Ao Neymar já o conhecia quando éramos rivais, no Santos e no Corinthians. O que eu disse sobre Neymar é que ele é um líder técnico da equipe. Ele é um jovem jogador de 25 anos, mas sua transferência para o Barcelona o ajudou a amadurecer como jogador e como pessoa. Para mim, é um líder. Logo após a Olimpíada, ele disse que não queria mais ser o capitão. Eu disse a ele que a seleção precisa dele e de outros jogadores experientes. Por que mudo o capitão da equipe em todos os jogos? Para estimular a liderança no modelo. E ele é um líder que está amadurecendo como profissional e como homem. Por isso, é importante também tê-lo neste papel, juntamente aos outros".

Neymar mais participativo

 

"Eu concordo totalmente com Iniesta, quando ele disse que no um contra um Neymar é incomparável. Mas este ano ele tem desenvolvido uma capacidade impressionante para participar. Neymar não é só um jogador de um contra um, tornou-se um mestre de assistências".

Marcelo

"No Brasil há muitos laterais ofensivos, com uma impressionante qualidade técnica. Marcelo tem tanta habilidade e recursos técnicos que poderia jogar no meio-campo. Eu falei com ele, porque eu não gostaria de ficar com as histórias outros dizem. Eu liguei para ele e disse: "Qual é a sua ideia sobre a seleção?". E ele respondeu que era uma grande felicidade sempre que era chamado. Houve algum ruído na comunicação. E Marcelo é a improvisação, criatividade..."

Time que mais o marcou

"A seleção de 82: Junior, Zico, Sócrates ... É muito difícil reunir muitos talentos, mas, além disso, por essa ideia de jogo que era muito parecido com o que eu tenho agora".