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Com duelo de titãs, São Paulo inicia corrida presidencial para 2017

Oposição do SP lança comitê e apresenta metas de Pimenta à presidência - José Eduardo Martins / UOL
Oposição do SP lança comitê e apresenta metas de Pimenta à presidência Imagem: José Eduardo Martins / UOL

José Eduardo Martins e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

23/02/2017 07h56

Embora não tivesse nenhum jogador em campo, a última quarta-feira (22) foi fundamental para o presente e o futuro do São Paulo: os candidatos Carlos Augusto de Barros e Silva e José Eduardo Mesquita Pimenta lançaram suas campanhas e deram início à corrida presidencial no clube para o mandato 2017-2020. As eleições ocorrerão na segunda quinzena de abril e ainda não tem data fixada.

Pela primeira vez em anos (desde a década de 90) dois nomes de peso, com história no clube, disputarão a presidência. Atual mandatário, Leco também já foi diretor de futebol, diretor jurídico, vice-presidente de futebol e vice-presidente geral. Aliado de Juvenal Juvêncio, participou de conquistas como tricampeonato brasileiro (2006-2008) e a Libertadores e do Mundial Interclubes em 2005.

Para se reeleger, o atual presidente aposta no trabalho realizado desde outubro de 2015, quando assumiu a presidência depois da renúncia de Carlos Miguel Aidar, que deixou o cargo em meio a denúncias de corrupção. Leco começou uma reestruturação das finanças do clube e montou uma equipe forte para 2017, com Rogério Ceni no comando e reforços como Lucas Pratto e Welington Nem.

“Sou candidato tendo já feito um trabalho, tendo mostrado a que vim”, afirmou o mandatário. “Retomamos a tranquilidade, a credibilidade, a transparência e a honestidade. Geramos mais de R$ 35 milhões em receita e patrocínio, reduzimos e alongamos as dívidas”, explicou, ao lançar sua campanha.

“As circunstâncias nas quais assumi são conhecidas. Muita coisa mudou nesse período, desde outubro de 2015. Apesar de todas essas reviravoltas, quero começar a unir os princípios que me acompanham na vida, de honradez e ética”, disse o mandatário, que terá como candidato à vice-presidência Roberto Natel, e Marcelo Pupo Barbosa como candidato à presidência do Conselho Deliberativo.

Nascido em 19 de abril de 1938, o advogado José Eduardo Mesquita Pimenta é uma das figuras mais conhecidas do Conselho tricolor. Sócio desde 1952 e atuando na política do clube desde a década de 60, é considerado o presidente mais vitorioso da história do São Paulo. Durante a sua gestão, entre 1990 e 1994, o time ganhou quase todos os títulos possíveis: foi bicampeão mundial e da Libertadores (92 e 93), bi do Paulista (91 e 92) e da Recopa Sul-Americana (92 e 93), além de conquistar o Brasileirão (91) e a Copa Conmebol (94).

Logo depois que deixou o cargo, porém, um escândalo quase acabou com a carreira política de Pimenta no clube. O ex-mandatário foi expulso do Conselho por supostamente ter negociado uma comissão na venda do atacante Mario Tilico para o Logroñes, da Espanha, em 1991, após ter sido apresentada uma gravação. Anos mais tarde, Pimenta voltou ao Conselho ao mostrar, com um laudo da Unicamp, que houve montagem e adulteração na fita que o incriminava.

Nesta eleição, Pimenta conta com o apoio do empresário Abilio Diniz, que não é conselheiro do tricolor paulista, mas é sócio e integrante do Conselho Consultivo. A coordenação da campanha fica por conta de José Roberto Ópice Blum, que presidiu o Conselho de Ética do clube responsável por investigar a briga entre o ex-presidente Carlos Miguel Aidar e o vice Ataíde Gil Guerreiro - e expulsar ambos do clube.

Por outro lado, a oposição ainda não definiu quem será o seu vice, nem o presidente do Conselho Deliberativo da chapa. "Tenho até o dia da eleição para definir o meu vice. Não há nenhum compromisso", disse Pimenta.

"Nosso ideal é recuperar o São Paulo. Achamos que poderíamos fazer. Já passamos por isso em 90. E com o apoio do Abilio e de outros apoiadores, achamos que é possível fazer. Sobretudo com a profissionalização da administração e a implementação do novo estatuto, que foi aprovado mas não entrou em vigor, ainda. Acho que essa descentralização e maior transparência da administração vão resultar no benefício para o São Paulo, com patrocinadores e fornecedores. Acho que vamos ter um ambiente mais agradável para trabalhar", completou.