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Bandeirinha pausa carreira no futebol para ser destaque do Carnaval de SP

Suelen sonha trabalhar na primeira divisão do Campeonato Paulista - Acervo Pessoal
Suelen sonha trabalhar na primeira divisão do Campeonato Paulista Imagem: Acervo Pessoal

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

24/02/2017 04h00

A auxiliar Suelen Mayara será destaque no próximo fim de semana. Mas, não será pelo seu trabalho dentro de campo em uma partida no Campeonato Paulista. Como tem uma vida de modelo paralela a de arbitragem, ela será destaque da escola Acadêmicos do Tucuruvi, que irá ao Anhembi na madrugada de sexta para sábado.

“Tive uma lesão, fiquei fora do teste físico há um ano. Agora retornei para a federação. A carreira do futebol, nesse mês de fevereiro, parei no campeonato. Vou desfilar dia 24. Saio do desfile e viajo para Guareí, onde faço o Campeonato Verde e Vermelho (torneio de futebol amador)”, falou ao UOL Esporte.

“Não trabalhei em Campeonato Paulista Série A ainda. Se Deus quiser, concluindo o curso é uma das coisas que almejo. Mas já participei de amistosos profissionais de grandes clubes como São Bento, Audax, Corinthians”, completou.

Suelen faz trabalho como modelo também - Acervo Pessoal - Acervo Pessoal
Suelen faz trabalho como modelo também
Imagem: Acervo Pessoal

Suelen sabe que ter uma carreira de modelo paralela a do futebol é um desafio extra em um ambiente tido muitas vezes como machista. Mas, ela disse não temer isso, afinal, já passou da hora do preconceito ficar de lado.

“Temer é muito forte. Penso nisso sim, mas penso muito por outro lado. Tenho minha profissão que é ser modelo fotográfica e arbitragem que está lado a lado. Atualmente, a arbitragem não te dá uma carteira assinada. É um trabalho em que você precisa ter outro trabalho. Acho que tem de acabar as pessoas falarem que por ser modelo vai atrapalhar ser árbitra. É minha profissão ser árbitra e modelo fotográfica. Tudo que faço, as fotos, os eventos, é profissional. Não tem de existir esse tipo de preconceito”, completou.

Há alguns anos, no próprio futebol paulista, a bandeirinha Ana Paula Oliveira teve a carreira dificultada depois de alguns trabalhos como modelo, incluindo a capa da revista Playboy. Fernanda Colombo foi outra a ter dificuldades. “Se ela é bonitinha que vá posar para Playboy”, falou Alexandre Mattos, hoje no Cruzeiro, sobre a auxiliar.

Questionada sobre o preconceito que tem de lidar dentro de campo, Suelen disse que passou por alguns momentos constrangedores, mas que prefere ignorar.

“Eu encaro tudo numa boa, tudo que escuto, entra por um lado, sai pelo outro. Ouvi uma vez algo que achei engraçado. O cara pegou e falou ‘bandeirinha, sai daí, seu lugar não é aí, é nas passarelas’. A gente escuta também elogios que chega a dar vergonha”, finalizou.

Segundo ela, o sonho de fazer parte do quadro de arbitragem veio desde criança. O árbitro Guilherme Ceretta de Lima, conterrâneo da bandeirinha, foi o “padrinho” de Suelen no futebol e principal incentivador da carreira dela.