O dia em que Ronaldinho foi vaiado no Barcelona. E Messi tomou as dores
"O cronômetro marcava 25 minutos do segundo tempo quando a torcida do Barcelona se levantou no Camp Nou na saída de Ronaldinho. Não era a tradicional ovação ao craque, e sim, uma sonora vaia em repulsa ao péssimo momento técnico que vive". O texto do jornal esportivo catalão "Mundo Deportivo" narra o pior período do brasileiro no Barça. Isso aconteceu em setembro de 2007. Época em que o argentino Lionel Messi apareceu como o principal aliado.
A partida em questão era diante do Lyon, na estreia da Liga dos Campeões. O Barcelona venceu por 3 a 0, mas Ronaldinho deixou o gramado vaiado quando a equipe vencia por 1 a 0. Messi foi eleito o melhor jogador ao marcar dois gols e dar a assistência para o terceiro, de Thierry Henry. No fim do duelo, o argentino saiu em defesa do brasileiro.
"É um jogador impressionante. Pode estar fazendo uma boa ou má partida, mas sempre quer o melhor para a equipe e não podemos esquecer tudo o que deu ao Barcelona. Quando ele está bem e rende, o time também rende mais. Ele dá mobilidade", disse.
A queda de Ronaldinho no Barcelona estava atrelada ao noticiário constante de festas e atrasos em treinos. A ira da torcida já havia sido manifestada em outros momentos, mas diante do Lyon foi a primeira vez que a vaia foi unanimidade.
O time vinha de temporada terrível com o vexame de derrota por 4 a 0 para o pequeno Getafe e eliminação na semifinal da Copa do Rei. O Barcelona já havia perdido a Supercopa da Europa para o Sevilla, o Mundial de Clubes para o Internacional e foi eliminado, no ano anterior, nas oitavas de final da Liga dos Campeões pelo Liverpool.
"É gozado como o tempo apaga essas pequenas más impressões. O Ronaldinho, claro, foi maior do que tudo isso. Só que a torcida do Barcelona sempre foi imediatista e de cobrança atenuada. Isso serve de exemplo ao Messi, Neymar, ou qualquer outro jogador que queira fazer história por aqui", explicou Toni Padilla, repórter do diário catalão "ARA".
A temporada 2007-2008 terminou sem Ronaldinho ter grande efeito até mesmo no marketing do clube. As camisas com o nome do brasileiro vendiam menos que as de Messi e Henry. Assim, a passagem no clube foi encerrada com a venda para o Milan por 25 milhões de euros.
Jogando pelo Barcelona de 2003 a 2008, o camisa 10 conquistou duas Supercopa da Espanha (2005 e 2006), dois campeonatos espanhóis (2004/2005 e 2005/2006) e uma UEFA Champions Legue (2005/2006). Além disso, Ronaldinho foi considerado o melhor jogador do mundo pela Fifa em 2004 e 2005.
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