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Quase campeão mundial quatro vezes, Carlos Germano lembra decepção no Vasco

Divulgação
Imagem: Divulgação

Adriano Wilkson e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

04/03/2017 04h00

Carlos Germano é o segundo jogador que mais atuou com a camisa do Vasco, perdendo apenas para o ídolo Roberto Dinamite. Mas as 632 partidas do ex-goleiro com a camisa cruz-maltina não foram suficientes para lhe fazer campeão mundial, apesar de ele ter ficado quatro vezes perto disso.

Em entrevista ao UOL Esporte, o campeão brasileiro (97) e da Libertadores (98) lembrou seus quatro “quase títulos mundiais”, dois com o clube carioca e dois pela seleção brasileira. Em 1998, ele foi vice mundial depois que o Vasco perdeu a final para o Real Madrid no Japão. No mesmo ano, já tinha sido vice da Copa da França com a seleção, sendo goleiro reserva de Taffarel.

Em 2000, a maior decepção da sua carreira. Por um desentendimento com a diretoria vascaína, Germano ficou de fora do elenco que disputou o Mundial da Fifa, no Rio. O Vasco acabaria sendo vice outra vez, perdendo a final para o Corinthians. “Eu poderia ter sido campeão mundial com o Vasco”, lembra o ex-goleiro.

Em 2001, Germano participou do grupo que disputou a Copa das Confederações sob o comando de Emerson Leão, mas quando Luiz Felipe Scolari assumiu a seleção, o vascaíno deixou de ser convocado e acabou vendo o pentacampeonato de casa.

Em meio a tantas decepções e “quases”, Germano não tem dificuldade de elencar a maior delas:

“[A maior decepção] Foi eu não poder participar do Mundial de 2000”, disse Germano, que hoje é preparador de goleiros do Estrela do Norte, do Espírito Santo, seu estado natal. “Eu estava na briga com o clube e fiquei de fora. O Eurico [Miranda] era o vice e decidia tudo. Meu problema foi com o contrato”, explicou ele.

O acordo entre o goleiro e o clube venceria perto do Mundial, e enquanto o Vasco gostaria de prorrogá-lo até depois do torneio, Germano preferia uma prorrogação maior.

Carlos Germano - Mark Thompson /Allsport/Getty Images - Mark Thompson /Allsport/Getty Images
Imagem: Mark Thompson /Allsport/Getty Images

“No final, eu acabei assinando a prorrogação e fui afastado. Depois aconteceram vários problemas em cima disso. Eu queria muito ter disputado aquele Mundial aqui no Brasil, mas eles alegaram que eu não estava com a cabeça boa para disputar, tentaram arrumar uma desculpa".

Mesmo assim, ele lembra com saudade dos 15 anos em que ficou em São Januário. "Isso pra mim é uma satisfação muito grande, é um orgulho até porque é o time que eu gosto, torço. Sou vascaíno, foi uma experiência muito grande".

Derrota para o Real no Japão ainda está entalada

Depois de vencer sua única Libertadores até hoje, o Vasco de Germano chegou à final em Tóquio para enfrentar o Real Madrid, que à época tinha o lateral Roberto Carlos e o meia Raul. Foi Raul, aliás, que fez o gol do título em um contra-ataque fulminante no fim da partida.

Antes disso, Felipe tinha tido duas chances de matar o jogo para o Vasco. “No segundo tempo a gente estava bem melhor que o Real”, lembra Germano. “Depois de empatar a gente teve duas chances pra matar o jogo e não conseguimos. No vestiário a lamentação toda foi em relação a isso, porque a gente tinha condições de ganhar o jogo".

Hoje aos 46 anos, ele já até fez cursos para ser técnico e não descarta um dia assumir essa função. Mas, por enquanto, pretende continuar usando sua experiência para orientar jovens goleiros.