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Comissária do avião da Chapecoense diz que ainda tem pesadelos com acidente

Ximena sobreviveu à queda do avião da delegação da Chapecoense - Reprodução
Ximena sobreviveu à queda do avião da delegação da Chapecoense Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

05/03/2017 22h32

A comissária de bordo Ximena Suárez, uma das seis sobreviventes do acidente aéreo com a delegação da Chapecoense em novembro passado, disse que ainda tem pesadelos com a queda do avião e precisa tomar remédios para dormir.

"A luz, os gritos, me lembro de tudo. Nunca pensei que veria essas cenas. O comandante já tinha dado a ordem para apertar o cinto e sentei. Ele não deu aviso de emergência. As luzes se apagaram e veio um tremendo golpe. Em segundos", disse em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo. 

"Por causa do acidente tenho medo da escuridão, tenho pesadelos até hoje e só durmo com remédio. Acordo de madrugada e acho que há pessoas do meu lado", ressaltou a boliviana, que enfrenta problemas financeiros para manter o tratamento.

Ximena, de 28 anos, ficou presa no alto de uma árvore após o acidente, segundo o comandante da unidade de bombeiros que participou do resgate. O resgate durou cerca de 1h40.

A boliviana ficou internada em um hospital de Medellín por 19 dias. Ela voltou à Bolívia em meados de dezembro. "Estou muito feliz. Obrigada a todos que rezaram por mim, é um monte de emoções, e até agora eu não consigo acreditar", afirmou ao desembarcar no aeroporto de Santa Cruz de la Sierra.

A queda do avião nas cercanias de Medellín no dia 29 de novembro matou 71 das 77 pessoas a bordo, incluindo 19 jogadores, jornalistas e toda a comissão técnica da Chapecoense.

Além de Ximena, sobreviveram à queda do avião o comissário boliviano Erwin Tumiri, os jogadores Jakson Follmann, Alan Ruschel e Neto, além do jornalista catarinense Rafael Henzel.

"Me solidarizo muito com as famílias, com os chapecoenses, os jornalistas. Gente muito linda, muito feliz, muito carismática. Rezo todos os dias por eles. Obrigado a todo mundo no Brasil que me apoiou", frisou Ximena.