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Herói de Portugal na Eurocopa diz ser vítima de perseguição na França

Eder chuta de fora da área para marcar o gol do título na final da Eurocopa - AP Photo/Petr David Josek
Eder chuta de fora da área para marcar o gol do título na final da Eurocopa Imagem: AP Photo/Petr David Josek

Do UOL, em São Paulo

05/03/2017 17h55

O centroavante Éder, 29, já se acostumou a não ser unanimidade. Criticado durante anos por torcedores da seleção portuguesa, encontrou a redenção no ano passado, quando marcou na prorrogação o gol que deu aos lusitanos a vitória por 1 a 0 sobre a anfitriã França e selou a conquista da Eurocopa. Aí começou a viver um calvário em outro âmbito: herói em seu país, o jogador diz que agora é perseguido no futebol gaulês – defende o Lille, da primeira divisão francesa.

“Desde o início da temporada eu sinto que os árbitros me tratam de um jeito diferente. Há faltas sobre mim que são apitadas ao contrário. Sinto que não sou tratado como os outros, e apesar de estar preparado para isso eu continuo sendo humano”, disse Éder ao jornal francês “L’Equipe”.

Nascido em Guiné-Bissau, país africano com cerca de 1,5 milhão de habitantes, Éder mudou-se com a família para Lisboa quando tinha três anos. Devido às condições financeiras ruins da família, morou em orfanatos de Braga e Coimbra, onde começou a jogar futebol.

A trajetória do centroavante na seleção portuguesa começou em 2012. Até o gol do título na Eurocopa, Éder acumulou 29 partidas e apenas quatro gols. Foi titular em oito oportunidades e conviveu com críticas contundentes sobre a falta de habilidade. Por causa disso, o jogador de 1,88m passou a usar uma luva branca como símbolo de um pedido de paz.

Na segunda-feira posterior à decisão da Eurocopa, o Lille publicou na rede social Twitter uma mensagem sobre Éder. “A decepção é imensa, mas o orgulho de contar com um jogador tão grande em nossa equipe é enorme”, escreveu o perfil oficial do clube.

Depois disso, porém, Éder acha que o carinho com ele acabou. Ainda assim, o centroavante admitiu que às vezes narra novamente o que aconteceu na decisão do Stade de France: “Há jovens que estão começando na carreira, e para eles é bom conhecer minha história. Mostra que é possível e que podemos seguir um caminho diferente”.