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Vida política do Santos e 'sombra' de Luxemburgo perturbam Dorival

Vanderlei Luxemburgo, desempregado, mexe com a paciência de Dorival Júnior - Ricardo Nogueira/Folhapress
Vanderlei Luxemburgo, desempregado, mexe com a paciência de Dorival Júnior Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

06/03/2017 04h00

O técnico Dorival Júnior acredita que a pressão da torcida no início desta temporada vai muito além das arquibancadas. Para o treinador, as vaias dos torcedores e a pressão em relação ao seu trabalho são orquestradas por grupos políticos dentro do Santos.

Vale ressaltar que o clube paulista terá eleições para a presidência em dezembro deste ano. O presidente Modesto Roma já anunciou que concorrerá a reeleição, mas os seus rivais ainda se dividem em diversos grupos. Até o momento nenhum candidato forte foi anunciado para enfrentar o atual mandatário.

"A grande realidade é que o Santos vive um ano conturbado, de eleições. Os jogadores começaram a perceber todo esse movimento que existe. Isso não é necessário no futebol. Ficam ali alguns torcedores instigando, provocando os jogadores. Nós, do banco, pedimos para isso não acontecer. Isso vem ocorrendo desde a primeira partida, então podemos ver que é algo orquestrado”, afirmou Dorival.

“Nossos jogadores estão tentando fazer o melhor para o Santos, para honrar a camisa que vestem. Politicamente, o ano de eleição para um clube passa a ter um peso muito diferente do que naturalmente aconteceria. Com o Santos não vai ser diferente. Teremos complicações, mas faremos um grande ano para o verdadeiro torcedor do Santos", completou.

Nos bastidores, Dorival acredita que há um grupo trabalhando para que ele seja substituído pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, treinador desempregado e que fez sua história no clube na década passada. O nome de Luxemburgo mexe com Dorival a ponto de o treinador até discutir com repórteres sobre a divulgação da tentativa de alguns conselheiros em colocar o “velho Luxa” de volta ao clube no ano passado.

Dorival acredita que a política do clube já “invadiu” o vestiário e o campo e, inclusive, interfere no desempenho dos atletas.

“Tem muita interferência e participação política. É uma pena de torcedores do mesmo clube se deixem levar com uma situação como essa. Política tem que ser fora do gramado. Não com essa postura que vem tendo. Vai afetar a equipe, não atleta, treinador, preparador, afeta a equipe, a camisa que se defende, na teoria. Não é o papel do verdadeiro torcedor santista". 

Apesar do temor político, há uma ala no Santos, incluindo integrantes da diretoria santista, que acreditam que Dorival usa o ano eleitoral como desculpas para os seus erros técnicos e táticos. No clube hoje, o comandante não agrada grande parte da cúpula santista, mas se mantém no cargo pelos resultados e pelo presidente Modesto Roma, que sempre o defende de acusações internas.