Como o 'bad boy' Sassá deixou geladeira para recuperar espaço no Botafogo
O que fazer com um jogador com claro potencial e que tem causado problemas frequentemente fora das quatro linhas? Esse foi o dilema que o Botafogo encontrou com Sassá, jogador revelado nas categorias de base. Brilhando em campo, o atacante convivia com algumas polêmicas nos bastidores.
Foram várias as polêmicas. Em uma delas, o jogador chegou estressado no vestiário e jogou o material de jogo longe e acabou acertando um funcionário do clube. No último jogo do Brasileiro, brigou com Airton dentro de campo e gerou a expulsão do companheiro pelo segundo cartão amarelo.
Além disso, o comportamento nas redes sociais incomodaram o Botafogo. A mais famosa foi a foto que Sassá aparece com maços de dinheiros nas mãos e fazendo cara de malvado. Ele foi bastante repreendido. Isso sem contar, é claro, com a presença frequente nas noites do Rio de Janeiro.
Insatisfeito, o Botafogo decidiu afastar a joia, responsável por 12 gols no último Campeonato Brasileiro. Viu a titularidade absoluta se transformar em falta de oportunidades. Até nos treinamentos o jovem atacante foi colocado de lado. O Alvinegro estava cansado da falta de comprometimento e um comportamento inadequado.
A geladeira durou pouco mais de três meses. De casa, Sassá viu os companheiros brilharem na pré-Libertadores. Triste, esperava por uma nova oportunidade. Veio através do presidente Carlos Eduardo Pereira, que se reuniu com o atleta e deu o primeiro puxão de orelhas em fevereiro.
“O momento é de valorizar o atleta. Ele deu uma caída no desempenho, mas é um atleta formado pelo clube com muito potencial. Foi vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro 2016. É uma posição carente, e ele tem muito futuro. O que a gente fez foi dar um abraço nele, um puxão de orelhas ao mesmo tempo e tentar retomar o caminho de empenho nos treinamentos pra que a gente possa contar com ele já na fase de grupos da Libertadores”, disse o presidente do Botafogo.
O mandatário não foi o único a cobrar o atleta. Jair Ventura também seguiu o mesmo caminho. A conversa, porém, foi mais intima. Os dois se conhecem há vários anos. Formado no Botafogo, Sassá teve Jair como ‘chefe’ ainda nas categorias de base. O professor vê no atacante uma espécie de filho. E a bronca foi dura.
“Tive uma conversa bem dura com o Sassá. Mas não posso revelar. Ele sabe. Mas preservo meus atletas. Tive a conversa, mas não posso falar. Ele é como um filho mesmo. A parte de gestão do treinador é importantíssima. Você tem que saber gerir seus jogadores, staff... Eu estava arrasado pelo Sassá não estar em seu melhor momento. Ele me deu o meu primeiro título no sub-20. Agora fico muito feliz por ele estar com a cabeça no lugar, e tenho certeza que ele vai ajudar muito o Botafogo”, acrescentou Jair Ventura.
Na última terça-feira, Sassá foi peça fundamental na vitória do Botafogo por 2 a 1 sobre o Estudiantes, no Estádio Nilton Santos (Engenhão). Ele entrou no segundo tempo, quando a partida estava empatada. Foi dele a jogada que terminou na finalização de Rodrigo Pimpão e com três pontos na conta. Apesar das polêmicas, Sassá foi muito festejado pelos torcedores.
“Sei do carinho que a torcida tem por mim. Cometi alguns erros, mas estou mais maduro e agora é crescer para jogar mais vezes. Falta ganhar ritmo, mas logo mais eu pego. Uns três, quatro jogos e eu estarei bem para poder brigar pela vaga de titular. Estou feliz de entrar, de poder me movimentar bem e conseguir achar o companheiro no gol do Botafogo”, finalizou Sassá.
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