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D'Ale diz que sofreu longe do Inter e revela plano de se tornar treinador

D"Alessandro completa 350 jogos com a camisa do Internacional - Jeferson Guareze/AGIF
D'Alessandro completa 350 jogos com a camisa do Internacional Imagem: Jeferson Guareze/AGIF

Do UOL, em Porto Alegre

19/03/2017 12h57

D'Alessandro está perto do fim de sua carreira. Prestes a completar 36 anos, ele já pensa no futuro. Em entrevista à TV Inter, o gringo revelou que está próximo de concluir curso de treinador. E ainda explicou o quanto sofreu no ano passado, longe do Internacional. 

"Vamos nos preparando, estou me preparando (para o fim da carreira). Já estou no segundo ano de curso de treinador, vou acabar o curso no final do ano. Eu aproveitei o tempo na Argentina e fiz o curso. Não atrapalhou em nada meu tempo com a família e no dia a dia. Hoje faço online. No fim do ano já terei o título de treinador. Já ter jogado futebol não te dá todo conhecimento que tu precisa. Convivemos com muitos atletas, aprendi muito com muitos colegas que jogaram comigo, que me ensinaram, que me ajudaram muito quando cheguei, e vamos juntando conhecimento. Estudar a gente tem que estudar porque faz bem. A gente continua aprendendo coisas que de repente o vestiário não te dá. Te dá uma experiência muito boa, que nem todo mundo tem, convivência, tratamento com todos, isso é muito bom, mas a gente tem que aumentar o conhecimento pelo menos lendo algumas coisas", disse. 
 
A direção do Internacional ainda não iniciou tratativas para renovar o contrato dele. Espera o tempo passar. O vínculo atual vence no fim do ano e os primeiros passos para uma eventual permanência como atleta dependerá do desenrolar da temporada. 
 
D'Ale ficou 2016 fora do clube. Emprestado ao River Plate, acompanhou de longe a queda para a segunda divisão. Sofreu. Admitiu que foi complicado permanecer tanto tempo distante da equipe. 
 
"O retorno está sendo muito bom. Eu fiquei longe, na Argentina, mas não foi fácil. A gente sofre longe do clube. E fica meio triste pela situação do ano passado. Obviamente a gente escolhendo culpados, olhando a situação, o menos culpado é o grupo. Sem ter convivido com eles no ano passado, o grupo tem que assumir sua parte mas é o menos culpado. O torcedor sabe disso. Chegamos a um ponto onde nunca imaginávamos. A partir disso é erguer de novo o clube. Trabalhamos para isso. O torcedor sofreu bastante o ano passado. A toda hora me chagavam mensagens de torcedores do Inter vendo jogo do River, esperando no vestiário. Isso não tem preço que se pague. Agora é erguer o clube de novo. Ninguém imaginava isso, mas é voltar a trabalhar e voltar a vencer e colocar o Inter onde nunca deveria ter saído. O Inter é muito grande para ter vivido este momento. Mas isso faz o clube muito maior, essa força do torcedor, e que nós temos que ter para voltar a Série A", explicou. 
 
A saída se deu por motivos pessoais. O desejo de regressas ao clube que o revelou, a necessidade de se aproximar da família e até uma certa desconfiança que existia sobre sua questão física o motivaram na empreitada. 
 
"Eu falei quando saí que era um até logo. Não era um adeus. Primeiro porque tinha contrato e segundo porque eu voltei para o clube que me revelou e me abriu as portas no futebol, que foi o River, voltei e graças a Deus cumpri o objetivo, conquistei dois títulos. Eu só queria voltar e voltar bem depois de 13 anos e mostrar que poderia jogar na Argentina depois de tantos anos. Outro já foi um plus. Hoje estou no lugar certo, estou na minha casa. Tenho duas casas no futebol, River e Inter. Só que aqui são muitos anos, é uma coisa muito diferente. Não tem como explicar", falou. 
 
"Aconteceram algumas coisas em 2015... Quando o pessoal duvida de ti. O futebol é muito resultadista, só resultado. Muito poucos torcedores ou pouca gente enxerga o esforço deixando de lado o resultado. Não fiquei triste, mas algumas críticas dos torcedores... Mas isso me deu muito mais força para mostra o trabalho na Argentina e para voltar e mostrar que posso jogar mal, jogar bem, posso errar, mas estou aqui e meu esforço é 100%, minha dedicação também. Vou deixar tudo para que o Inter consiga os objetivos. Podemos errar, podemos perder, como foram muitas vezes, e o torcedor não gosta e nós somos os primeiros a não gostar, e passamos momentos difíceis aqui. Mas o esforço não pode faltar nem nunca faltou", acrescentou. 
 
A íntegra da entrevista está disponível no canal oficial do Internacional no Youtube. D'Ale ainda comenta o regresso ao clube, a relação com os torcedores e os planos para esta temporada. 
 
De volta, o camisa 10 disputou 11 partidas e marcou dois gols. No último sábado, chegou aos 350 nos quase nove anos de Inter.