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Buffon critica exaltação a goleiros bons com os pés e "inveja" frangueiros

Buffon apontou Neuer como o melhor goleiro do mundo atualmente - Reuters / Stefano Rellandini
Buffon apontou Neuer como o melhor goleiro do mundo atualmente Imagem: Reuters / Stefano Rellandini

Do UOL, em São Paulo

20/03/2017 18h25

O goleiro Gianluigi Buffon, da Juventus e da seleção italiana, criticou em entrevista à revista alemã Kicker a ênfase dada no futebol atual a goleiros que saibam jogar com os pés. Apesar de afirmar que é uma característica importante para o jogo moderno, o veterano disse que jogadores da sua posição precisam ser avaliados por outras habilidades.

"Faz uns sete ou oito anos que os goleiros jogam mais e mais com os pés, iniciam as jogadas. Isso requer maior técnica, mas as pessoas esquecem que o principal é que um goleiro saiba defender. Me incomoda que se valorize um porteiro porque ele é bom com os pés. É uma falta de respeito. A primeira coisa para o goleiro é saber defender, sair da área, socar a bola, agarrar. Só depois podemos analisar sua arte com os pés", disse o atleta de 39 anos.

Para Buffon, o melhor goleiro do mundo atualmente é Manuel Neuer, do Bayern de Munique. O alemão, além da categoria com os pés, reúne todas as outras virtudes de um grande goleiro, segundo o italiano.

"Manuel Neuer é gigante, extraordinário. Ele transmite tranquilidade ao time com sua presença, defende até os chutes mais impossíveis e é bom no trato da bola. Neuer marca época e já faz anos que ele é merecidamente o paradigma de goleiro moderno", elogiou Buffon.

"Inveja" dos frangueiros

Campeão mundial pela Itália em 2006, Buffon também brincou ao dizer que tem inveja de goleiros frangueiros. O motivo: eles estão mais acostumados a errar, e por isso não se cobram tanto quando cometem uma falha.

"Eu sou meu crítico mais feroz. Quando cometo um erro, eu fico em choque, porque não estou acostumado. Às vezes, preciso de 10 dias para recuperar o equilíbrio. A verdade é que tenho inveja dos goleiros que falham toda hora, porque para eles não é um choque", afirmou.