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Menos exposição e mais gestão. Como Zanotta vai trabalhar no Grêmio

André Zanotta foi diretor do Santos e do Sport (foto) antes de fechar com o Grêmio - Divulgação/Sport
André Zanotta foi diretor do Santos e do Sport (foto) antes de fechar com o Grêmio Imagem: Divulgação/Sport

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

21/03/2017 04h00

André Zanotta, 36 anos, iniciou a passagem pelo Grêmio na segunda-feira fazendo uma espécie de tour pelo clube. Reuniões, visitas aos departamentos e acompanhamento do treino do elenco principal. Contratado para ser diretor executivo, ele terá uma função voltada para administração interna e com isso deve ficar longe da exposição diária junto à mídia.

A ideia do Grêmio é ter em Zanotta um misto de supervisor com executivo.

Um braço profissional, com formação acadêmica para gerir áreas vitais do vestiário, mas sem o forte impacto na política de contratações.

Esta linha foi que derrubou o nome de Felipe Ximenes na corrida pelo cargo. Ex-Coritiba e Flamengo, o executivo foi visto como um diretor mais ligado ao mercado da bola.

O conceito ganha força pelo fato do elenco principal estar praticamente fechado. Desde dezembro, o Grêmio contratou nove reforços. E em meio a estas negociações, o clube reiterou que não buscava um diretor para atuar junto a clubes, empresários e atletas.

Anunciado no terceiro mês da temporada, André Zanotta ocupará um espaço que foi dividido entre outros funcionários do Grêmio desde dezembro. Marcelo Rudolph, supervisor de logística, Gabriel Viera, advogado, e Adalberto Preis, vice de futebol até o final do ano passado, se desdobraram em tarefas diárias do vestiário. Odorico Roman, atual vice, e Saul Berdichevski, diretor de futebol, completam a lista de dirigentes que atuaram em regime de força-tarefa no futebol do Tricolor.

Voltado para gestão de processos internos das áreas ligadas ao futebol, Zanotta não deverá receber o status de ‘a cara do departamento de futebol’. Ou seja, não terá a incumbência de atender os jornalistas após os jogos. As manifestações são rotina no Rio Grande do Sul, por questão cultural, e deverão permanecer com os dirigentes.

Uma das ideias que André Zanotta deverá ajudar a empregar é o equilíbrio financeiro do elenco. Com ajuste de vencimentos e redução de diferença entre os atletas. Outra é a conexão ainda maior entre as categorias de base e o grupo principal. Bem como desenvolvimento do chamado ‘time de transição’, que abriga jogadores acima dos 23 anos.

André Zanotta será apresentado oficialmente nesta terça-feira à tarde. Antes dele, o Grêmio teve Júnior Chavare como executivo interino no departamento de futebol. Rui Costa, demitido em maio do ano passado, foi o último profissional efetivo na função. À época, Costa capitaneava o processo de investida no mercado e centralizava a pasta que por alguns anos ficou sem a figura do dirigente político, o vice de futebol.