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Como Olimpíada foi decisiva para Neymar se tornar o maior garçom da Europa

Neymar está confirmado no Brasil que enfrenta o Uruguai na quinta-feira - Pedro Martins/MoWa Press
Neymar está confirmado no Brasil que enfrenta o Uruguai na quinta-feira Imagem: Pedro Martins/MoWa Press

Dassler Marques e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

22/03/2017 04h00

Aos 25 anos, sendo oito como profissional, Neymar ainda é um jogador em evolução e desenvolvimento.

A quarta temporada a serviço do Barcelona e os últimos compromissos da seleção brasileira comprovam essa afirmação. Cada vez mais maduro dentro de campo, o camisa 10 retorna para enfrentar o Uruguai na próxima quinta-feira, em Montevidéu, com um dado em destaque: ele é o líder em assistências entre os jogadores das cinco principais ligas europeias na atual temporada.

O desejo de não apenas contribuir com gols, mas também em deixar os companheiros em melhor condição, já havia sido manifestado por Neymar durante a Olimpíada. Foi de uma conversa com seu pai, logo após a segunda rodada dos Jogos, com dois empates contra África do Sul e Iraque, que o atacante amadureceu a ideia de atuar centralizado como armador da equipe.

Levada ao treinador Rogério Micale, que buscava o melhor encaixe para o time, a sugestão fez o Brasil crescer de produção para superar os quatro jogos seguintes. Neymar passou da esquerda para o centro, Gabriel Jesus virou ponta, e Luan, como falso nove, se encaixou com Gabigol como ponta direita. Assim, na condição de armador, o camisa 10 encontrou liberdade para se movimentar e foi o grande protagonista do ouro, com gols e assistências.

Assistente com Tite e Luis Enrique

Neymar dá assistência - Sergio Perez/Reuters - Sergio Perez/Reuters
Imagem: Sergio Perez/Reuters

Na seleção brasileira de Tite, a prioridade tem sido deixar Neymar pelo corredor esquerdo, mas por vezes ele aparece próximo do centroavante ou mesmo inverte papéis na recomposição. Não apenas com a capacidade para concluir, mas também dar passes precisos. Foi de uma assistência marcante do camisa 10 que Phillipe Coutinho, contra a Argentina em novembro, abriu caminho para os 3 a 0 no Mineirão. 

Quarto maior goleador da história da seleção, atrás apenas de Pelé, Ronaldo e Romário, Neymar tem 50 gols com a camisa do Brasil, mas nunca balançou as redes contra o Uruguai - apenas na categoria sub-20. Mas, ao assumir na Olimpíada o desejo de sair do ataque para atuar na meia, ele indicou que também se sente confortável no papel de garçom. É o que de fato tem mostrado no Barcelona. Mesmo atuando na faixa esquerda, e não centralizado como na seleção olímpica, ele tem deixado os companheiros várias vezes na cara do gol, optando pelo passe ao invés do arremate.

Com 23 assistências, se seguir neste caminho, ele tem tudo para ultrapassar a marca de 27 da última temporada. Os índices das outras duas, 11 em 2014/15 e 15 em 2013/14, já foram superados por Neymar. A mais marcante delas, possivelmente, na vitória histórica recente por 6 a 1 sobre o PSG. Com um passe por elevação, de pé esquerdo, ele achou Sergi Roberto para a conclusão. Diante do Uruguai, é bom Roberto Firmino, Coutinho e companhia estarem atentos: o camisa 10 vem se sentindo bem como garçom. 

Líderes de assistências da temporada na Europa:

1)  Neymar (Barcelona) - 23 assistências

2) Sterling (Manchester City) - 20

3) Alexis Sánchez (Arsenal) - 18

4) Dembelé (Dortmund) - 16

4) Eriksen (Tottenham) - 16

6) Suárez (Barcelona) - 15

6) Messi (Barcelona) - 15

8) Müller (Bayern) - 14

8) Kroos (Real Madrid) - 14

8) De Bruyne (Manchester City) - 14