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Como uma adoção ajudou o 'novo Henry' a atrair os maiores times do mundo

Do UOL, em São Paulo

27/03/2017 04h00

Kylian Mbappé, atacante de 18 anos do Monaco, ganha cada vez mais espaço no futebol. O gol que ajudou a eliminar o Manchester City de Guardiola na Liga dos Campeões o expôs ainda mais mundo afora. Muitos já o chamam de “novo Henry”. Mas foi outro jogador que o inspirou no início. E isso só aconteceu graças a uma adoção.

O primeiro ídolo de Mbappé foi Jirès Kembo-Ekoko. Nascido no Zaire (hoje República Democrática do Congo), Ekoko foi ainda criança para Paris morar com um tio. Seu pai, ex-jogador da seleção africana, mandou o filho à Europa para tentar lhe oferecer um futuro melhor.

Na França, Ekoko começou a jogar futebol pelo AS Bondy. E aí seu caminho cruzou com o da mais nova revelação europeia. O técnico do AS Bondy era Wilfried, pai de Mbappé. Ele decidiu apostar no garoto e logo o adotou, tornando-se o guardião legal de Ekoko.

Como era dez anos mais velho, o filho adotado se tornou uma referência para Mbappé. Ekoko foi para o centro de formação em Clairefontaine e depois conseguiu se profissionalizar. Mbappé queria seguir o mesmo caminho e conseguiu.

Quando ainda treinava no centro de Clairefontaine, Mbappé já chamava a atenção. A tradicional revista L’Équipe chegou a fazer seu perfil aos 14. Na época, o garoto dizia sonhar em defender o Real Madrid. “É melhor almejar a lua. Se der errado, pelo menos estarei nas nuvens”, afirmou.

Pouco tempo depois, o Real Madrid tentava contratá-lo para sua categoria de base. E disputou com outros gigantes como Chelsea, Manchester City, Bayern e Liverpool. Aconselhado por seu pai, empresário e primeiro técnico, Mbappé optou pelo Monaco.

Seu objetivo era ter mais tempo para jogar, mostrar serviço e evoluir. E foi aí que Thierry Henry ouviu falar do menino que lhe roubou dois recordes. Em dezembro de 2015, com 16 anos e 347 dias, Mbappé se tornou o mais jovem a defender a equipe principal do Monaco. Dois meses depois, aos 17, desbancou Henry como o mais jovem a fazer gol pelo clube.

“Eu conheci Mbappé e é um menino com uma boa cabeça. É respeitoso e tranquilo, mas é só lhe dar uma bola e ele deixa de ser tão bonzinho. É talentoso e habilidoso para fazer gols e dar assistências. Ele faz o que quer com a bola”, rendeu-se Henry.

Enquanto isso, Jirès Kembo-Ekoko, o irmão adotado e ídolo de Mbappé, ficou seis anos no Rennes e agora está no futebol árabe, defendendo o Al Nasr. De ídolo, Ekoko se tornou fã. E não sabe até onde o jovem Mbappé pode chegar.