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Goleador da casa corintiana, Romero é arma de Arce jogar como visitante

Romero foi eleito melhor em campo em vitória paraguaia sobre a Argentina - Juan Mabromata/AFP
Romero foi eleito melhor em campo em vitória paraguaia sobre a Argentina Imagem: Juan Mabromata/AFP

Danilo Lavieri e Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

28/03/2017 04h00

Nas duas semanas que antecederam a partida desta terça-feira, Ángel Romero já fazia planos de atuar com o Paraguai na Arena Corinthians. Aos funcionários do clube, dizia confiante que, em seu palco predileto, iria enfrentar o Brasil. Tinha as garantias de Chiqui Arce, ex-lateral de Palmeiras, Grêmio e hoje treinador da seleção. O dia, enfim, chegou.

A partir das 21h45 (de Brasília), o Paraguai tentará quebrar a inédita e impressionante marca do Brasil de Tite, com sete vitórias em sete jogos nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Para isso, nada melhor que apostar em alguém com alto conhecimento sobre o palco do confronto.

Autor de 16 gols em Itaquera, Romero é o artilheiro do estádio inaugurado em 2014. A curiosidade está na condição que ele se apresenta: nesta terça, o atacante conhecido pelo espírito de luta e obediência tática será visitante na Arena. Com a camisa paraguaia, tem sido sempre assim desde que Arce assumiu a equipe na sétima rodada das Eliminatórias.

Dos três jogos realizados fora do Paraguai, Romero foi titular em dois e acionado em outro deles. Já nas partidas como mandante, Arce opta por outra estratégia. Em nenhum desses compromissos, o atacante do Corinthians começou ou saiu do banco. Nesta terça, as prévias da imprensa paraguaia anunciam que Romero voltará a iniciar o confronto.

Na cabeça de Arce, o modelo de jogo a ser aplicado pelo Paraguai deverá ser semelhante ao usado em vitória contra a Argentina, em outubro, pela 10ª rodada das Eliminatórias. Em Buenos Aires, com Romero como centroavante mais adiantado, os paraguaios venceram por 1 a 0, com gol de Derlís González e assistência do corintiano. Naquele dia, ele foi eleito o melhor em campo.

Tite, antes do confronto, descreveu um pouco da estratégia de jogo dos paraguaios. “Em termos táticos, o Paraguai alterna pressão alta, média ou baixa. Pode fazer as três coisas. Pressiona na frente e te induz ao erro. Na pressão baixa, é muito concentrada e com transição dos homens de lado, seja com Romero ou Lescano (disputa vaga como 9). Tem uma jogada trabalhada sob forma de triangulação”, analisou.

No Corinthians, foi curiosamente com Tite que Romero viveu seu pior momento individualmente. Reserva pouco utilizado em 2015, ele atuou por 680 minutos ao longo de toda a temporada, o equivalente a menos de oito partidas completas.

Apesar do baixo número de oportunidades, Romero sempre se refere ao treinador de maneira elogiosa e admite ter vivido um período de grande crescimento pessoal. Naquele período, jogava quase sempre como centroavante – tempos depois, o então treinador corintiano admitiu que ele rendia melhor na ponta. Nesta terça, provavelmente será assim, como número nove. E visitante.