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Dívida de R$ 8 milhões com Forlán gera contestação entre direções do Inter

Diego Forlán defendeu o Internacional em 2012 e tem uma disputa com o clube - Zanone Fraissat/Folhapress
Diego Forlán defendeu o Internacional em 2012 e tem uma disputa com o clube Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

31/03/2017 15h04

Uma entrevista coletiva de mais de uma hora na manhã desta sexta-feira (31), no Beira-Rio, expôs a situação financeira do Internacional. Entre dívidas superiores a R$ 25 milhões já vencidas em janeiro - e pagas, segundo o presidente Marcelo Medeiros - e a estratégia de recuperação do clube, chamou atenção algumas contestações à gestão passada sobre aplicação de verba. Momentos em que a verdade, sob a ótica atual, esteve deixada para trás. 

Um dos casos em que, segundo atual o presidente do clube, o comando anterior não revelou totalmente a verdade dos fatos ocorreu em relação a negociação de uma dívida antiga com Forlán. Enquanto alegava gastar alto com o pagamento do débito com o uruguaio, não houve qualquer verba retirada do caixa para este destino. 
 
"Vou noticiar uma situação curiosa que foi divulgada nos dois últimos anos. A direção passada não deu um tostão ao atleta Forlán. Um argumento dito que havia um passivo, não havia. Estamos negociando com ele uma dívida trabalhista em que o clube corre risco de entrar em fase de liquidação. Para que o clube não caia numa penhora judicial, estamos negociando para pagar em 18 parcelas. Assim a dívida será quitada na nossa gestão", explicou Medeiros. 
 
Ou seja, a argumentação de gastar com a quitação da dívida existente com Forlán, repassada pela gestão anterior, não foi válida, sob a ótica do atual comando. O Inter deve atualmente valor perto de R$ 8 milhões ao uruguaio. 
 
Outro caso em que a realidade não esteve paralela ao discurso ocorreu em relação ao atacante Carlos Luque. O debate ocorreu em uma reunião do Conselho Deliberativo do clube e nele a gestão dizia que a verba televisiva havia sido usada para pagar débitos da negociação. 
 
"O episódio Carlos Luque foi usado em uma reunião do Conselho como justificativa para acerto da verba televisiva. A verba já tinha sido acertada, entrando no caixa. O dirigente disse que fizemos o contrato de televisão para pagar o Luque, que tinham gasto com isso. E na verdade, já tinham consumido 50% da verba televisiva. Este tipo de conduta precisa ser deixada para trás. Temos que olhar para frente", afirmou Medeiros. 
 
Apesar de contestar as versões passadas em ambos os casos, a direção vermelha não fez qualquer insinuação sobre seus antecessores. Não levantou dúvidas sobre a conduta e só se manifestou sobre o que foi avaliado através do estudo financeiro realizado internamente. 
 
Além de Forlán e Luque, a direção do Inter também mantém dívida com outros atletas, já equalizadas no orçamento. E uma disputa judicial movida pelo atacante Ignacio Scocco.