Atlético-PR coloca prestígio e tabu em jogo contra o Paraná Clube
Libertadores, goleiro de Seleção, folha de pagamento mensal cerca de cinco vezes maior, estádio de Copa, CT padrão internacional: nada disso fez a diferença no último encontro do Atlético Paranaense contra o Paraná Clube, em jogo que quase custou a vaga do Furacão à fase de quartas de final do Paranaense 2017. Quis o destino que os rivais voltassem a se cruzar agora em dois jogos eliminatórios – a terceira vez em quatro anos – para o Atlético tentar fazer valer o prestígio contra um Paraná em fase há muito não vista.
O duelo deste domingo (02), 16h na Arena da Baixada coloca clubes em realidades distintas, dentro e fora de campo. Se a estrutura e o glamour atleticano são maiores, o Tricolor pode se orgulhar da melhor campanha da primeira fase, com apenas uma derrota, quando encarou o Coritiba (0 a 1) fora de casa com os reservas. Foram também os reservas que deixaram o Furacão no sufoco. Com apenas duas vitórias em nove partidas, o time se viu dependente de um gol do Rio Branco para entrar entre os oito. Os titulares, porém, ainda não venceram no campeonato, nas duas partidas que fizeram.
O técnico atleticano Paulo Autuori procurou apagar o desempenho ruim na primeira fase. “Em primeiro, não dá pra comparar campanha. Paraná fez um excelente campeonato, já os parabenizei, e nos disputamos um campeonato com uma equipe bastante jovem, uma aposta. Depois, ano passado foi a mesma coisa. Nesta mesma sala, o favoritismo era de outra equipe”, disse, lembrando das semifinais de 2016, vencidas pelo Atlético nos pênaltis. Em 2014 os clubes se encontraram na mesma situação, primeiro contra oitavo, e o Furacão eliminou o Tricolor, então melhor campanha. Um tabu que desafia o Paraná, assim como a mística da Arena da Baixada, com sua famosa pressão.
“Nós temos um time jovem, mas com uma maturidade bem maior que a idade. A gente que o nervosismo existe, mas eles estão preparados. É claro que o barulho é ensurdecedor, a comunicação é difícil, mas ainda bem que não entra em campo ne?”, projeta o técnico paranista Wagner Lopes, que ainda vê um objetivo claro: “Motiva o atleta a buscar, mesmo que momentaneamente, um silêncio das arquibancadas.” Em relação ao time que venceu o mesmo Atlético na última rodada da primeira fase, Lopes terá seis opções de retorno de jogadores que cumpriram suspensão, entre eles o meia Alex Santana: “Dá para ser campeão com o ambiente que construímos. Não tem vaidade, está sendo muito espetacular”, disse o jogador em contato com o UOL Esporte.
O Atlético também pode ter um retorno importante: o meia Carlos Alberto postou em suas redes sociais uma mensagem dizendo “Tô voltando”, o que pode ser um sinal de que o jogador, que trata uma lesão, pode ser a surpresa de Paulo Autuori. A princípio, ele, Pablo e Grafite estão fora. O ataque ficaria a cargo de Nikão e Eduardo da Silva, que estreou na última partida. Autuori ainda pode reforçar o meio, com Rossetto, ou dar nova chance ao criticado Cryzan. Já o técnico Wagner Lopes fez mistério quanto ao Paraná. De provável, as permanências de Renatinho e Robson em relação ao último jogo – os autores do gol da vitória tricolor.
Campeonato Paranaense – Quartas de Final
Arena da Baixada, domingo 02/04/2017, 16h
Atlético x Paraná
Atlético:
Weverton; Jonathan, Paulo André, Thiago Heleno e Sidicley; Otávio, Lucho González, Carlos Alberto (Matheus Rossetto ou Cryzan) e Felipe Gedoz; Nikão e Eduardo da Silva. Técnico: Paulo Autuori.
Paraná:
Leo Vieira; Diego Tavares, Airton, Eduardo Brock e Caique; Gabriel Dias, Alex Santana, Renatinho e Guilherme Biteco (Junior), Robson e Ítalo (Felipe Alves). Técnico: Wagner Lopes.
Árbitro: Felipe Gomes da Silva.
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