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Arquibancada, telefonemas e conversa: como Ceni se aproximou de Cotia no SP

O técnico Rogério Ceni aposta no sucesso das promessas da base - Julia Chequer/Folhapress
O técnico Rogério Ceni aposta no sucesso das promessas da base Imagem: Julia Chequer/Folhapress

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

02/04/2017 04h00

O elenco atual do São Paulo tem 12 jogadores formados no clube, sendo que oito ainda brigam por seu espaço no time profissional. Isso não é por acaso: desde antes de assumir o cargo de treinador tricolor, Rogério Ceni colocou como uma de suas prioridades utilizar os jovens revelados em Cotia e aproximar o futebol profissional da formação de atletas.

Ceni promoveu a subida de Lucas Perri, Júnior Tavares, Araruna, Shaylon e Leo Natel, e tem utilizado dois deles – Júnior e Araruna – frequentemente. O processo de preparação começou antes do próprio trabalho do ex-goleiro, e envolveu assistir às partidas, telefonar para os garotos e preparar a transição.

Técnico observou jovens antes de virar treinador

Ceni começou a frequentar treinamentos e partidas do sub-20 do São Paulo em outubro de 2016, antes de acertar sua contratação como treinador profissional.

A prática continuou ao ser oficializado no cargo – o ex-goleiro também começou a conversar com André Jardine sobre possíveis nomes a serem alçados ao profissional.

O envolvimento foi tamanho que Ceni chegou a pedir para observar jogadores específicos – na segunda partida da final do Paulista Sub-20, diante do Capivariano, o atacante Gabriel Rodrigues ganhou oportunidade a pedido de Rogério.

Era a última partida do ano e última chance de observar o garoto, que em 2017 já não teria mais idade para atuar na base. Gabriel marcou duas vezes, mas acabou não sendo integrado.

Rogério pediu telefone para conversar com os jovens

Em dezembro, durante a pré-temporada, Ceni telefonou para os jovens que iriam subir para o profissional para preparar a transição. Para o comandante do sub-20, André Jardine, o treinador mostrou uma atenção inédita com os jogadores.

“A partir da chegada do Rogério, passou a haver uma conversa do Rogério com os meninos, uma atenção. Nas férias ele pediu telefone de alguns jogadores, meninos que poderiam subir, para ligar e já ir conversando, ambientando. A gente percebe nesses detalhes a atenção. Isso não é comum, sem dúvida, é um carinho especial”, explicou Jardine.

Esquemas de jogo com semelhanças aceleram a adaptação

Com a chegada de Rogério, o São Paulo começou a adotar um estilo de jogo bastante ofensivo. Jardine explica que o estilo ofensivo era também um traço da equipe sub-20, e as semelhanças aceleram a adaptação.

“O Rogério não escondeu que gostava da forma que a gente vinha jogando na base, ele observou vários jogos. Nossa equipe principal hoje eu vejo jogando de uma forma muito parecida com a que a nossa base vinha jogando, e isso facilita muito a adaptação. O modelo da base está muito bem estabelecido, há três anos com o mesmo conceito: futebol agressivo, ofensivo, muita marcação, muita intensidade”.

Para Ceni, o trabalho com jovens será coroado com um título profissional. Para Jardine, o principal objetivo da formação de atletas do clube está sendo atingido. “Essa é a nossa maior meta, é uma satisfação imensa em ver a coisa funcionando, vendo os meninos jogarem e mostrarem aquilo para o que foram preparados”.