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Em crise financeira, Inter encarece folha de pagamento por volta à elite

Volta de D"Alessandro pesou na folha de pagamento do Internacional - Ricardo Duarte/Inter
Volta de D'Alessandro pesou na folha de pagamento do Internacional Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

02/04/2017 04h00

O Internacional não escondeu, em coletiva concedida na última sexta-feira (31), que se encontra em um momento complicado financeiramente. Depois de receber o clube com R$ 25,5 milhões em dívidas já vencidas, o presidente Marcelo Medeiros afirmou que conseguiu honrar com todos os vencimentos do grupo de atletas e fornecedores. Agora, ao mesmo tempo que prevê cortes em gastos desnecessários, o mandatário confirma que a folha de pagamentos do futebol ficou mais cara. Tudo para voltar à elite do futebol.

"É óbvio que nossa situação é mais grave (que anos anteriores). Estamos na Série B. Nunca estivemos na Série B na nossa história. A gravidade se dá pelo desempenho constrangedor no segundo semestre do ano passado", disse Medeiros. "Se contrata mal, se gasta mal. Me parece que estar na Série B pela primeira vez nos 108 anos de história do clube cria um cenário novo", completou.

E para sair de tal cenário o Inter está redirecionando verbas. Os investimentos no futebol partiram de negociações com parcelamento de pagamentos. Chegaram Victor Cuesta, Klaus, Alemão, Carlinhos, Uendel, Neris, Roberson, Edenílson e Carlos, além da volta de D'Alessandro e da contratação de Felipe Gutiérrez, que ainda será confirmada. Saíram mais de 20 atletas. Mas entre idas e vindas, a folha de pagamento subiu para valor próximo a R$ 7 milhões.

"A folha subiu porque a do ano passado nos rebaixou. A volta do D'Alessandro teve um impacto na fila, a rescisão do Ariel também. E quero aqui registrar um agradecimento ao Alex, que também tem reflexo nas contas do clube. O desempenho de jogadores que não estão mais no Inter e saíram, e não gosto de individualizar e culpar, mas mudou e seguem com o mesmo desempenho. Saíram 20 jogadores do plantel passado. Se não me engano, 15 do grupo principal. A qualificação está acontecendo, mas o futebol não se faz da noite para o dia", salientou o presidente.

O melhor investimento do dinheiro destinado ao futebol também será alvo de estudo no diagnóstico financeiro contratado pelo Inter. Uma empresa especializada estudará toda relação de lucro e gasto do clube.

"Não gosto de especificar, mas a folha subiu em torno de R$ 1 milhão em relação ao ano passado. E isso está dividido dentro do que podemos trabalhar. Nestes 90 dias em que teremos estudo financeiro do clube, o vestiário está aberto. Ele também acontecerá no futebol. Mas tudo está dentro de uma previsão de orçamento", comentou o mandatário.

Estamos atenuando erros, nos organizando neste sentido, aprofundando sistemas. Comparando com o ano passado, e o ano passado é um exemplo a não ser seguido, temos que qualificar tecnicamente o grupo, fisicamente e com comprometimento. A volta do nosso capitão é um exemplo disso. É um atleta comprometido, emblemático, do Inter, que não esteve no ano passado, e nós caímos", completou.

Com a chegada de Felipe Gutiérrez e a proximidade do fechamento da janela internacional, marcada para a próxima terça-feira, o Inter encerra momentaneamente o ciclo de contratações. Uma nova leva de mudanças deve ocorrer apenas próximo do dia 20 de junho, quando novamente inscrições de fora do país são autorizadas.