Topo

Cenário muda e Neymar tem assegurada a permanência no Barcelona

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Barcelona (Espanha)

04/04/2017 04h00

O Manchester United segue na cola. O City ainda confia no poder de Guardiola no mercado e o PSG não desistiu. Contratar Neymar segue sendo sonho de clubes grandes na próxima janela de transferências em julho, mas o cenário atual é de garantia de permanência do camisa 11 no Barcelona. Algo diferente do ocorrido em negociações passadas.

Ao fim da temporada 2015/2016, Neymar cogitou deixar o Barça pela falta de crença de que conseguiria ser o melhor jogador do mundo atuando ao lado de Messi. Um novo contrato estava emperrado também pela falta de proteções tributárias exigidas pela família do jogador. O PSG foi quem chegou próximo de acordo, mas no fim o vínculo até 2021 foi assinado. 

Desta vez, Neymar encontra plena satisfação em campo. Em 2018, com a Copa do Mundo como principal foco, o camisa 11 tem a convicção de que a permanência no Barça é a melhor opção. O assédio do Manchester United não pesa mais como anteriormente.

No novo contrato de Neymar, a multa contratual com o Barcelona vai saltar de 200 milhões de euros para 220 milhões de euros em junho. A estratégia do Barça é de que o brasileiro esteja cada vez mais caro no mercado até chegar ao auge de 250 milhões do terceiro para o quarto ano do vínculo. O plano é de que o camisa 11 esteja ainda mais valorizado no momento em que o declínio de Messi ao ultrapassar 30 anos é esperado.

"Não adianta a multa. O PSG, o City, o Real, esses clubes sabem que podem cobrir. Não é um empecilho. A diferença, claro, está na posição do Neymar mesmo", comentou Wagner Ribeiro.

Há quase dois anos, Neymar ouve propostas. Para as primeiras, de Manchester United, único a fazer oferta ao Barcelona em 2015, Manchester City e Real Madrid, virou as costas. O momento vivido no Barça, com protagonismo ao substituir Messi, artilharia de Liga dos Campeões e o triplete conquistado pesava demais. Assim como o desinteresse em atuar no futebol inglês ou no arquirrival.

No ano passado, a situação era diferente. O PSG apareceu com a proposta de substituto para Ibrahimovic e a multa de 190 milhóes de euros não era problema. E Neymar se interessou.

O camisa 11 teve queda de rendimento na segunda metade da temporada e passou a ouvir críticas de torcedores e jornalistas pela vida noturna agitada em meio aos jogos importantes do time. Na eliminação na Liga dos Campeões para o Atlético de Madrid considerou boas as atuações e não gostou do que passou a encarar como perseguição por ser avaliado pela mídia como o pior do tridente.

Neymar mudou o comportamento deixando de usar redes sociais e se fechando em casa até conquistar os títulos do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei. Só que o incômodo ainda era grande com a falta de protagonismo e o crescimento de Luis Suárez, visto como a segunda força do Barça na temporada (somente atrás de Messi). Neste momento, o sim para negociar com o PSG também foi dado pelo camisa 11.

A prioridade de Neymar, porém, ainda era uma nova tentativa de ser melhor do mundo pelo Barcelona. Só que a possibilidade de passar somente mais uma temporada no clube como planejado antes de rumar ao PSG jamais foi aceita pelos dirigentes. Ou a venda aconteceria por 190 milhões de euros de maneira imediata ou o contrato seria renovado. 

Para ganhar a disputa, coube ao Barça não só elevar propostas, como também convencer Neymar de que o caminho ao bola de ouro era mais fácil de ser trilhado estando ao lado de Messi, e que a chance havia ficado menor por sua culpa, com o excesso de gols perdidos e irregularidade na segunda metade da temporada. O jogador foi então convencido.

Nesta temporada, Neymar acredita ter alcançado o auge da carreira. Ser o melhor jogador do mundo atuando pelo Barcelona, então, voltou a ser tratado como provável.

"Acredito que é minha melhor temporada no Barça a nível individual. Tanto eu quanto a equipe vamos melhorando, e isso é o mais importante", disse o jogador antes de ser o principal jogador do time na histórica virada contra o PSG, pela Liga dos Campeões.