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Curinga de Zidane tem diabetes, não se machuca e é louco por livros

Nacho descobriu a diabetes quanto tinha só 12 anos - AFP/Curto De La Torre
Nacho descobriu a diabetes quanto tinha só 12 anos Imagem: AFP/Curto De La Torre

Do UOL, em São Paulo

04/04/2017 04h00

Quando tinha 12 anos, Nacho Fernández recebeu a notícia que nenhum garoto que sonha ser jogador profissional quer escutar: "você não poderá mais jogar futebol". Ele estava no hospital e ouviu isso de uma médica que o diagnosticou com diabetes. Foram três dias de tristeza com isso na cabeça, mas Nacho e seus pais foram a outro médico. Resultado: atualmente, ele é um verdadeiro curinga de Zinedine Zidane no Real Madrid.

Hoje com 27 anos, Nacho fez 27 jogos pelo Real nesta temporada, 18 deles como titular. Na última partida, começou na lateral esquerda no lugar de Marcelo e terminou o jogo como zagueiro, na vaga de Varane. Ele não gosta de ser chamado de curinga, mas isso faz dele uma peça importante no elenco.

Outra virtude se junta a essa versatilidade: Nacho não se machuca. Das categorias de base até o time profissional do Real, ele nunca sofreu uma lesão grave. A única vez em que deixou Zidane na mão aconteceu a 9 minutos do fim de um jogo, por culpa de uma pancada. Mas na partida seguinte ele estava à disposição.

"Como tenho diabetes, tenho que me cuidar três vezes mais do que os outros, mas isso acaba me ajudando. Minha alimentação é melhor, descanso mais... Isso tudo me faz uma pessoa mais responsável", conta Nacho.

O descanso, inclusive, é preenchido por um hábito raro entre jogadores de futebol: a leitura de romances. "Gosto muito de romances históricos, principalmente os ambientados na Roma Antiga", resumiu ele ao Marca, revelando que Santiago Posteguillo, especialista no tema, é um de seus autores favoritos.

Mas a história que mais o marcou até hoje, sem dúvida, foi a de sua adolescência, quando ele descobriu ser diabético. A consulta com o médico que o aconselhou a seguir no futebol aconteceu numa segunda-feira, de acordo com Nacho.

"Aquela segunda-feira salvou a minha vida. Eu era muito novo e tinha sofrido um golpe muito grande, mas depois de três dias horríveis tive uma grande alegria", recorda.