Topo

Na TV, Autuori conta recusa à CBF e planos de gerenciar Atlético-PR

Autuori, habitualmente sisudo, sorri ao ser perguntado sobre planos de gerência - Reprodução
Autuori, habitualmente sisudo, sorri ao ser perguntado sobre planos de gerência Imagem: Reprodução

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/04/2017 11h36

O técnico Paulo Autuori revelou que recusou um cargo na CBF ainda na gestão Ricardo Teixeira, por não concordar com a política da Confederação Brasileira de Futebol. E ainda anunciou planos de ser “o técnico dos técnicos” do Atlético Paranaense – algo que já está em andamento timidamente, com o auxiliar Bruno Pivetti. O treinador do Furacão participou de um programa no canal à cabo FOX Sports na noite desta segunda.

Questionado sobre os últimos posicionamentos sobre a CBF, nos quais expõe opinião forte, Autuori falou que não só recusaria trabalhar na Seleção agora como isso já aconteceu há algum tempo. “Não teria nenhuma chance de eu estar ligado [a CBF]. Teve uma chance, com as pessoas que antes estavam antes na CBF, em relação as categorias de base. Eu falei que não poderia ser incoerente com tudo que eu falo”, contou. Ainda sobre as decisões burocráticas do futebol brasileiro, Autuori falou que acredita que o Atlético conseguirá manter a grama sintética, cuja manutenção está vetada para o Brasileirão 2018.

“Nós acreditamos que o Atlético vai continuar com seu gramado. A gente sabe que os dirigentes brasileiros são pródigos em criar regulamentos. Agora, acredito na capacidade das pessoas de saber o que é bom ou mau. Vamos ter que continuar a fazer jogos saindo do túnel pisando uma tábua sobre água parada?”, ironizou, questionando a decisão sobre o gramado e as vistas grossas com outros problemas do futebol nacional.

Com um perfil cada vez mais político, Autuori ainda foi questionado se será o “Alex Ferguson” do Atlético: uma espécie de gerente-técnico, com poder sobre todo o futebol do clube. Na resposta, deixou de lado o ar sisudo, sorrindo: “Eu tenho esse objetivo sim, de entrar só na gestão técnica. Não sei se isso vai acontecer no Atlético. Não sei até quando estarei no clube. Estou muito feliz pela maneira com a qual sou tratado, vejo uma lógica em relação as ações [no Atlético]. Eu quero abrir oportunidades para os mais jovens e cuidar deles como não fui cuidado em praticamente lugar nenhum, ser o técnico dos técnicos do clube”.

Enquanto esse dia não chega, Autuori vai tocando a equipe – e recebendo as críticas costumeiras da torcida. Em uma pergunta enviada por um torcedor, ficou desconfortável ao ouvir que “o time sai na frente e joga na retranca”. Respondeu: “Se falar em retranca, da maneira como o Atlético joga, é simples: não jogamos dessa maneira. O que acontece é que muitas vezes o adversário se impõe. Até a nossa dificuldade fora de casa é de que tentamos propor o jogo. As vezes acontece inconscientemente. Acho que nenhuma equipe quer sofrer. Nenhuma ficar ali atrás, quer estacionar o ônibus. Pra ser competitivo, é crucial a capacidade de sofrer, de defender bem. Não é vergonha, é do jogo. E a outra é o espirito de sacrifício e acho que a equipe está caminhando para isso.”