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Lucão relembra momentos difíceis em 2016, mas vê melhora gradativa no SP

Time conseguiu marcar inédita na temporada: três jogos sem sofrer gols - Rubens Chiri / saopaulofc.net
Time conseguiu marcar inédita na temporada: três jogos sem sofrer gols Imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Do UOL, em São Paulo

06/04/2017 18h27

Revelado pelo São Paulo em 2013, o zagueiro Lucão começa a se firmar no clube em 2017. No entanto, a situação nem sempre foi assim.

Em 2016, a situação foi bem diferente. Foram apenas 10 jogos e muitas críticas da torcida. Segundo o próprio Lucão, o período foi difícil, mas acabou ajudando em seu crescimento profissional.

“Vou ser muito sincero: eu passei por momentos difíceis. Só Deus, minha família, meus amigos, os verdadeiros amigos, aqueles que estiveram do meu lado, sabem aquilo que eu passei. Foram momentos difíceis. A gente fica triste em viver esses momentos. Mas, com muita paciência, muita dedicação, isso foi um dos pontos principais para que eu pudesse dar essa volta por cima”, disse Lucão, em entrevista nesta quinta-feira à Rádio Globo.

“Eu fui, de certa forma, julgado de uma forma que não tem explicação. Eu não consigo entender. Tantos e tantos jogadores… Acontecem erros e acertos, às vezes comentam, mas depois esquecem o assunto no dia seguinte, e comigo não foi assim. Continuaram a criticar, a falar. O porquê disso, eu não entendo, e nem quero voltar a isso, quero deixar no passado”, completou.

Profissional desde os 17 anos, Lucão não vê problema com a pouca idade como um motivo para as críticas recentes recebidas da torcida. Segundo ele, apesar da falta de jogos em 2016, as temporadas anteriores o ajudaram a ganhar experiência.

“Eu acho que eu ter subido com essa idade foi importante para mim. O amadurecimento ao longo do tempo prevalece, ainda mais para a posição em que eu jogo, como zagueiro. Exige experiência”, disse. “Eu passei por um momento delicado (em 2016), onde me julgaram de uma forma que eu não entendi toda aquela coisa. Isso afetou de certa forma”, acrescentou.

Em 2017, o setor defensivo do São Paulo tem sido alvo de críticas. Na primeira fase do Campeonato Paulista, o time teve a quarta pior defesa – foram 20 gols sofridos em 12 jogos, contra 25 do Linense e 21 de Novorizontino e Audax. Entretanto, o time não sofreu gols nos três últimos jogos, marca inédita na temporada: 1 a 0 sobre o São Bernardo, 2 a 0 no Linense e 0 a 0 com o Defensa y Justicia (Argentina).

Aos poucos, segundo Lucão, o time começa a entender o jeito de jogar imaginado pelo técnico Rogério Ceni. “Vocês podem ver nos jogos, é uma forma de jogar muito ofensiva. Isso no começo acabou nos prejudicando um pouco. Desde o começo da pré-temporada, o Rogério tem pegado muito no nosso pé em relação a isso, e nós temos trabalhado a parte defensiva. Isso é gradativo. Ao longo do tempo, a gente vai conseguindo melhorar cada vez mais”, analisou.

Chance na Europa?

Em abril de 2016, ao adquirir o zagueiro Maicon junto ao Porto (Portugal), o São Paulo topou ceder dois jovens jogadores ao clube português. Um deles foi o lateral-esquerdo Inácio; o outro poderia ser Lucão, mas a negociação não saiu.

O zagueiro Lyanco, hoje no Torino, foi a primeira escolha dos portugueses. O São Paulo não aceitou e ofereceu Lucão como uma contraproposta. O zagueiro acabou não indo, e o clube paulista ainda tem um atleta a ceder aos lusitanos. No entanto, o próprio Lucão deixou claro que não foi o responsável por atrapalhar o negócio.

“Colocaram na imprensa, em vários lugares, que eu não queria ir. Mas isso foi mentira. O que aconteceu foi que o Porto tinha o direito de escolher dois jogadores dentro da negociação com o Maicon; escolheram o Inácio e colocaram o meu nome dentro da negociação, mas poderiam escolher por um ano esse jogador. Eles ainda estão dentro desse prazo. Essa foi a questão”, explicou.

Segundo Maicon, a possibilidade de jogar na Europa seria bem aceita por ele. “Se eu falar para você que não (interessa), estou mentindo. Independente do dinheiro. Esse é o sonho de todo jogador: jogar em um grande clube da Europa, jogar em uma Champion League, que é o maior campeonato do mundo”, disse, mirando também uma futura convocação à seleção brasileira.