Topo

Daniel Alves superou irritação na Juventus e virou "reserva de luxo"

Reuters / Rafael Marchante
Imagem: Reuters / Rafael Marchante

João Henrique Marques

Do UOL, em Barcelona

07/04/2017 04h00

Daniel Alves vive nova fase na carreira. Aos 33 anos, o lateral direito assume função fora de campo tão grande quanto a desempenhada dentro dele. É a liderança encontrada na Juventus que o deixou tranquilo após meses de nervosismo. Agora, o brasileiro se acostumou a conviver com o banco de reservas.

O posto de titular na lateral em duelos grandes é do suíço Lichtsteiner. O fato já foi encarado pelo brasileiro como motivo para deixar a Juventus. O futebol chinês, com proposta tentadora, e um retorno ao Barcelona estavam cogitados ao fim do ano passado. A tentativa de ficar com a posição foi interrompida por uma lesão na fíbula. Três meses após o tratamento tudo mudou: nada de expressar descontentamento.

"Daniel Alves é um campeão. Uma pessoa com uma vontade e um entusiasmo enorme. Jogar como ele jogou em 20 minutos mostra que ele é exemplo para outros e um grande profissional. Virou nosso líder", disse o treinador da Juventus, Massimiliano Allegri, após a vitoria contra o Porto por 2 a 0, em Portugal, na partida de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões.

 

Daniel Alves e Lichtsteiner - Rafael Marchante/Reuters - Rafael Marchante/Reuters
Dani Alves abraçou Lichtsteiner, rival de posição, após gol contra o Porto
Imagem: Rafael Marchante/Reuters


No jogo em questão, Daniel Alves entrou nos 20 minutos finais e marcou o segundo gol do time. A comemoração de um menino novato, correndo emocionado em direção ao banco de reservas, terminou em um forte abraço em Lichtsteiner. Sim, o concorrente suíço virou um grande aliado.

"Te diria que não surpreende na Itália o Daniel Alves ficar no banco de reservas, visto a dificuldade tática para encaixar. Mas sim, (surpreende) a maneira como o banco de reservas não virou um problema. Ele soube encarar bem isso, e virou o maior reserva da Juventus", comentou Alain Valnegri, comentarista da emissora de televisão Bein na Itália.

Daniel Alves teve que engolir críticas do treinador Massimiliano Allegri no início da caminhada pela Juventus, em agosto de 2016. A "loucura ofensiva" como chamou o treinador impedia o brasileiro de guardar posição defensiva. Algo tão marcante no futebol italiano.

Acostumado a jogar em uma linha ofensiva no Barcelona, Daniel Alves acreditava que o esquema com três zagueiros na Juventus o facilitaria. Pura ilusão. Torcida, jornalistas italianos, todos defendiam a titularidade de Lichtsteiner, que tem ótimo desempenho defensivo, mas falha em fundamentos ofensivos como chute e cruzamento.

O lateral brasileiro se irritou no começo da temporada. Aos amigos próximos dizia querer voltar ao Barcelona por ainda ter dois filhos vivendo com a ex-mulher e negócios na cidade (restaurante e loja). Só que o retorno ao clube espanhol não seria fácil, visto que o contrato com a Juventus foi assinado por três anos.

A saída trabalhada passou a ser para o futebol chinês, por conta de propostas incríveis com mais que o dobro de salário ganho na Europa. Só que jogar futebol em alto nível segue como o objetivo principal para Daniel Alves.

O jeito foi se adaptar ao esquema da Juventus e suportar o banco de reservas. Em duelos recentes importantes, como contra o Porto, além de Milan, Inter de Milão e Napoli, pelo Campeonato Italiano, o brasileiro foi reserva.

"Posso deixar Dani jogar outros jogos, e não contra o Barcelona", afirmou Allegri, após conhecer o adversário das quartas de final da Liga dos Campeões.

Whatsapp dos astros: zoeira nunca acaba na "Resenha da Liga dos Campeões"

UOL Esporte