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Secretária da Fifa elogia transparência da CBF e defende Copa com 48 países

Fatma Samoura, secretária-geral da Fifa - Fifa
Fatma Samoura, secretária-geral da Fifa Imagem: Fifa

Do UOL, em São Paulo

11/04/2017 00h06

A senegalesa Fatma Samoura, que assumiu o posto de secretária-geral da Fifa após a demissão do francês Jérôme Valcke no ano passado, elogiou em entrevista ao canal SporTV as reformas de transparência pelas quais, segundo ela, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem passado. Ela disse que aguarda o término das investigações norte-americanas para definir "quem é inocente e quem é culpado".

"A Fifa está cooperando 100% com as investigações dos Estados Unidos. A declaração de quem é inocente e quem é culpado, deixamos com eles. Mas isso não impede nosso trabalho com a CBF. Eles estão passando por uma grande mudança em seus mecanismos internos", afirmou ela.

"A verdade é que estamos muito satisfeitos com as medidas que foram tomadas no âmbito da contabilidade e da transparência. Estamos agora ajeitando as últimas ferramentas que irão nos dar mais controle sobre como o fundo do legado (da Copa de 2014) é gasto, e como esse projeto de legado vai se desenvolver em nossas áreas de foco", completou.

Após a detenção de vários dirigentes da Fifa em 2015 - incluindo o então presidente da CBF, José Maria Marin, hoje em prisão domiciliar nos Estados Unidos -, a entidade internacional pressionou para que as confederações nacionais passassem por reformas de transparência. O atual mandatário da CBF, Marco Polo Del Nero, é um dos investigados pelo FBI.

Samoura também defendeu a realização da Copa do Mundo com 48 seleções a partir de 2026, projeto encabeçado pelo atual presidente da federação internacional, Gianni Infantino.

"Se você trabalha na Fifa, sua ambição é ter mais pessoas jogando futebol. Quando você tem mais países participando, a festa dura mais tempo. Quando você vê que 48 times não representam nem 25% do total de afiliados, para mim, vindo de um país que chegou nas quartas de final em 2002, é mais chance de um time africano ser campeão", avaliou.

"Não importa como vemos, de uma perspectiva africana, asiática, americana, só pode ser uma coisa boa", acrescentou.

Ocupando o segundo posto mais importante da Fifa, abaixo apenas de Infantino, Samoura também falou sobre como o mundo do futebol, tradicionalmente dominado por homens, está lidando com uma mulher em posição de poder.

"Definitivamente a Fifa costumava ser controlada pelos homens, mas eu devo dizer que estou sendo bem recebida. Estamos trazendo a outra metade do planeta para um ambiente que era dominado por homens, mostrando que o jogo global está abraçando a diversidade em sua hierarquia", disse ela.