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CPI do Futebol tem relator campeão e mais 4 denunciados em lista de Fachin

Senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi relator da CPI do Futebol - André Dusek/Estadão Conteúdo
Senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi relator da CPI do Futebol Imagem: André Dusek/Estadão Conteúdo

Demétrio Vecchioli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/04/2017 13h30

Relator da CPI do Futebol, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) é o campeão de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas delações da Odebrecht. Mas ele não é o único componente da comissão encerrada no ano passado que aparece na lista feita pelo ministro do STF Edson Fachin. Além de Jucá, outros quatro senadores da CPI do Futebol tiveram inquéritos autorizados contra eles.

Jucá aparece em cinco inquéritos e é o recordista em acusações, empatado com o senador mineiro Aécio Neves, do PSDB. Atual líder do governo Temer no Senado, Jucá foi citado nas delações da Odebrecht principalmente por sua atuação em intermediar a aprovação de legislações favoráveis à construtora.

Em um desses inquéritos, o de número 4.427, Jucá é citado junto com o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTC-AL), outro integrante da CPI do Futebol. Já no de número 4.437, entre os investigados estão Jucá e o também senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), que foi suplente da CPI.

Além deles, a Lista de Fachin ainda tem os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Humberto Costa (PT-PE), este último suplente da CPI.

Desta forma, dos cinco blocos parlamentares representados na comissão, só não constam na delação da Odebrecht representantes do Bloco Social Democrata (DEM, PSDB), que foi representado pelos senadores Paulo Bauer (PSDB-SC) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) e não apresentou suplente, e o Bloco Parlamentar Socialismo e Democracia (PPS, PSB, PCdoB, PSOL), do presidente da comissão, o senador Romário (PSB-RJ).

A CPI do Futebol chegou ao fim sem sugerir o indiciamento de ninguém. Insatisfeito com o relatório feito por Jucá, Romário também apresentou o seu relatório, que foi tratado como “paralelo”.

Em nenhum dos dois há citações referentes à Odebrecht. A única relação com a construtora no relatório de Jucá é uma declaração de Rubens Lopes, presidente da federação de futebol do Rio, de que ele critica o custo “excessivamente alto” do Maracanã.

A Andrade Gutierrez e a Odebrecht já admitiram, em delações premiadas, que pagaram propina ao ex-governador Sérgio Cabral por causa da obra.