Presidente do STJD responsabiliza federação por confusão no Paranaense

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

  • Bernardo Gentile/UOL

    Paranaense pode se arrastar no STJD, mas não deve parar essa semana

    Paranaense pode se arrastar no STJD, mas não deve parar essa semana

Para o presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) a principal responsável por toda a confusão com o Campeonato Paranaense 2017 é a própria Federação. Ronaldo Piacente conversou com o UOL Esporte na tarde desta quarta-feira sobre a polêmica decisão que agora é questionada por dois clubes, apoiados politicamente pela FPF, e disparou: "A bagunça está vindo da parte deles."

Quem está acompanhando já sabe: o atacante Getterson foi considerado irregular em sua inscrição, o que custou 16 pontos ao J. Malucelli já em instancia superior. Como o J. Malucelli já havia iniciado a fase de quartas de final (foi o 4º colocado na primeira fase), o STJD optou por não refazer toda a rodada (incluindo os demais jogos) e determinar que o nono colocado, Rio Branco, assumisse a vaga do Jotinha contra o Londrina. Nesta quarta a fase se encerra com dois jogos, incluindo o do Londrina. As semifinais, com Atlético e o vencedor deste jogo e Cianorte contra o classificado entre Coritiba e Cascavel (5 x 0 Coxa na ida, em Cascavel), estão previstas para o final de semana. Com a eliminação do J. Malucelli e reclassificação da primeira fase, Paraná e Cascavel se sentiram prejudicados, pois enfrentariam outros adversários e então entraram com um pedido de revisão da decisão e anulação dos jogos. Na terça a FPF se manifestou favoravelmente a mudança, através de um documento enviado ao STJD. Mas...

"O manifesto para nós não vale nada", disse Piacente, "Nós estamos muito tranquilos. Como a competição é organizada pela Federação, é ela quem tem poder para fazer algum pedido. E até agora ela não mostrou o interesse em que ela seja mudada. O que vale é uma intervenção de terceiro e um pedido formal da FPF. Parece que tem um problema político lá e pra nós é muito simples. Se a Federação quiser, ela tem que pedir oficialmente para que se refaçam os jogos, não apenas se manifestar. Nós já estamos na quarta-feira e até agora nada", analisou.

O STJD não tem reunião marcada para essa quinta (13), mas não descarta se reunir, desde que a FPF tome uma posição mais firme. Já anular a rodada é algo mais difícil. Piacente disse que, por ora, não é algo viável. "Eu não posso antecipar, mas veja bem: os clubes tem legitimidade pra falar pela Federação? Os clubes que reclamaram, qual o interesse deles? É o que melhor lhe convém, para eles, e não para todos. Por isso que seria importante que a FPF se manifestasse. Imagine que eu diga que algum clube tem algum interesse, obviamente esse interesse pode não agradar a maioria dos outros clubes. Para eu cumprir um pedido, precisa ser da FPF."

Questionado sobre a decisão incomum de apenas incluir o Rio Branco na vaga do Malucelli ao invés de refazer a classificação, Placente argumentou: "" A ideia, talvez equivocada ou não, foi não causar prejuízo a competição. Mas isso bagunçou o campeonato. O deputado Evandro Roman estava no julgamento, por que não pediu a palavra? [Roman criticou duramente o STJD durante sessão na Câmara dos Deputados]. Ele poderia simplesmente chegar ao plenário e pedir um aparte. Não pode por essa culpa no tribunal. A bagunça está vindo da parte deles. Pode até ser que a decisão não tenha sido a mais adequada. Erramos? Talvez, somos seres humanos. Se por algum motivo não atingimos esse objetivo, era só nos informar."

Piacente ainda argumentou que não paralisou o campeonato antes da realização da primeira rodada das quartas, ainda com a participação do J. Malucelli (que venceu o Londrina por 3 a 1, fora de casa, no jogo anulado), por não estar convicto da culpa do clube do Barigui à época. "Quando veio o pedido para paralisar, não paralisei. Fiquei preocupado com datas, patrocinador, com o torcedor. Naquele momento o caso do J. Malucelli ainda não tinha provas concretas, não era claro. Depois eu mantive a decisão e aí o Toledo pediu para não homologar, mas a competição continuaria normalmente. Houve um pedido para reconsiderar a minha decisão, mas não paralisar a competição. Eu digo, não, vou manter, e aí eu deferi o pedido de não homologar a partida. Eu tive cautela e marquei na semana seguinte, preocupado com datas, tem clube na Libertadores. Nos reunimos logo para poder definir o caso."

Por Piacente, o campeonato segue com os jogos no final de semana, o que não é garantia de que tudo não possa mudar. "Isso está na mão do relator (Paulo Salomão). Não tenho como falar, é exclusivo do relator. Não está na pauta, nem tem julgamento designado. A decisão desse pedido pode prejudicar os outros seis. A FPF dizer pra julgar o mais rápido pedido não tem valor concreto. E não existe data, se eles nos disserem que querem mudar, que tem datas, aí é outra coisa" 

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