Topo

Odebrecht descartou ajuda a Romário após crítica a estádios, diz delator

Marcos Oliveira/Agência Senado
Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

13/04/2017 17h29

A Odebrecht considerou ajudar o senador Romário durante a campanha do ex-jogador para as eleições de 2014. Segundo o delator Cláudio Melo Filho, porém, a contribuição acabou descartada após uma crítica pública aos estádios da Copa do Mundo. 

Segundo o delator, a empreiteira levou em consideração uma ajuda na campanha após uma conversa entre ele e diretor de relações funcionais da Odebrecht, Eduardo Martins. A hipótese, entretanto, nem chegou a ser levada a Romário.

"Em uma outra oportunidade qualquer, o Eduardo conversando comigo me perguntou se eu poderia dar uma palavra ao Dr. Leandro Azevedo para ver se poderia fazer algum tipo de contribuição na campanha do senador Romário. Liguei para o Leandro na mesma hora para atender um pedido do Eduardo. O Leandro me disse taxativamente que não faria, que não tinha interesse, porque ele tinha visto uma propaganda do senador Romário falando mal dos estádios, com a placa da Odebrecht atrás", disse Filho aos procuradores.

"Eu entendi as razões dele, achei absolutamente pertinente e comuniquei isso ao Eduardo Martins. Ao que me consta ficou dessa forma. Não tenho mais nenhuma informação sobre nenhum tema que diz respeito ao senador Romário", finalizou.

Nesta quarta-feira, Romário publicou um texto no Facebook para comentar os desdobramentos da lista do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Vocês estão acompanhando desde ontem (terça-feira) a lista de pessoas que serão investigadas. São 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados e 3 governadores, no total. Com menos destaque nos jornais, também foi informado que o ministro Luiz Edson Fachin atendeu a um pedido procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e arquivou o inquérito contra mim. Fica mais uma vez provado, como já disse outras vezes, que não eu não finjo ser decente, eu sou decente. E irei provar isso quantas vezes for necessário, porque não vão me meter no meio dessa lama", disse o senador.