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Por que técnico que levou Argentina à final da Copa-2014 parou de trabalhar

Sabella e Mascherano após a derrota na final da Copa de 2014: seu último jogo como técnico - AP Photo/Matthias Schrader
Sabella e Mascherano após a derrota na final da Copa de 2014: seu último jogo como técnico Imagem: AP Photo/Matthias Schrader

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

15/04/2017 04h00

A campanha da Argentina na Copa do Mundo de 2014 foi boa. Mas a derrota para a Alemanha na decisão fez com que o jejum de títulos hermanos continuasse a crescer. A última conquista da seleção principal foi a Copa América de 1993.

O resultado disso? Pouca gente lembra do técnico Alejandro Sabella, que conseguiu algo que nenhum outro treinador argentino, antes ou depois dele, chegou perto. Ele fez Lionel Messi brilhar com a camisa da seleção. O atacante do Barcelona foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo, sua primeira conquista individual em torneios com o time nacional principal.

Em tempos de instabilidade do futebol argentino, seria normal pensar em Sabella novamente para a seleção. Mas seu nome não aparece na lista de sucessores de Edgardo Bauza. Mais do que isso, o técnico não trabalha desde aquele 1 a 0 para a Alemanha, com gol de Goetze. Os motivos são médicos.

Sabella deixou a Copa do Mundo esgotado e, no final de 2015, sofreu uma crise de hipertensão. Ao chegar ao hospital, teve diagnosticado problemas cardíacos, que o afastaram do futebol. Meses depois, foi novamente hospitalizado com uma síndrome coronariana aguda e realizou uma angioplastia. Desde então, a família mantém silêncio sobre seu estado – ninguém confirma ou nega a aposentadoria.

Os únicos a falar sobre o técnico são amigos. No começo de abril, por exemplo, Julian Camino, seu auxiliar, deu uma entrevista para um programa argentino falando que o treinador está recuperado. “Ele está bem. Concluiu o treinamento e, há cinco meses, está bárbaro. Está se recuperando e acho que, a qualquer momento, vamos vê-lo em campo novamente”, falou o auxiliar.

Segundo ele, a saúde do treinador impediu que aceitassem propostas de clubes europeus depois da Copa. “Treinar seleções, para um técnico como ele, não é tão bom financeiramente. Ele tinha 60 anos e disse que, agora, iríamos ficar três ou quatro anos na Europa. Infelizmente, teve um problema e não conseguiu concretizar esses planos”.

Outro a comentar foi Juan Sebastian Verón. O ex-jogador da seleção é presidente do Estudiantes e voltou aos campos para a disputa da Copa Libertadores. “Falei com ele no meu aniversário, mas sempre estamos trocando mensagens. Espero vê-lo no clube assim que ele ele decidir que pode voltar. Estamos esperando por ele, por mais que queira tomar outro caminho”, disse Verón, também em um programa de TV.

O interesse do Estudiantes em Sabella não é novo. O técnico foi campeão com o time de La Plata em 2009 e, a cada mudança de técnico, seu retorno é especulado. E não é o único. Em 2015, o São Paulo chegou pensar no técnico, mas teve a proposta negada. Na época, ele negociava com o futebol inglês (e seu estado físico ainda não tinha piorado). Nas últimas semanas, seu nome foi ligado ao cargo de técnico das seleções da Tailândia e dos Emirados Árabes.