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Filho de Cleber Santana é reprovado em peneira da Chape e revolta família

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Daniel Fasolin

Colaboração com o UOL, em Chapecó

21/04/2017 17h23


Na Chapecoense, o embate entre os familiares das vítimas do acidente com o avião que levava a delegação do clube para Medellín ano passado, parece não ter fim. Nesta semana o desconforto foi com os familiares de Cleber Santana.

Na última peneira realizada pela Chapecoense em meados do mês passado, Clebinho --de 14 anos-- foi reprovado pelos avaliadores e não poderá jogar nas categorias de base do clube, situação que gerou indignação por parte dos familiares de Santana.

Segundo a mãe de Clebinho, Rosangela Loureiro, faltou sensibilidade por parte dos avaliadores e também dos diretores da Chapecoense, principalmente após tudo o que aconteceu no ano passado.

“Ano passado o Cleber colocou ele na equipe sem precisar de peneira. Aí pensamos em tirar ele pois ele estava fazendo muitas atividades e decidimos colocar ele no início do ano. Nesse início de ano a professora dele me disse sobre a peneira e corremos pra inscrevê-lo. E ele foi fazer. Quando chegou lá ele quase não foi aproveitado e simplesmente disseram que ele era pequeno. Mas no ano passado ele não era!? O Cleber sempre falava que ele tem muito talento e que iria ser um bom jogador”, disse.  

“O que me deixou chateada é que nesse momento a Chapecoense deveria acolher o menino, pelo menos até o final do ano, não iria custar ao clube. Mas falei pra ele (Clebinho) que com essa diretoria ele não iria começar na Chape”, seguiu. “Criança! Podem mexer comigo mas não com meus filhos! Estamos decepcionados com tudo isso.”

“Já recebemos ligações do Grêmio onde o irmão dele está jogando e do Criciúma, pois eles conhecem meu filho! Eu não entendo de futebol mais o pai dele entendia e sempre falou que ele ia dar certo. A Chapecoense é quem avaliou ele, não tem coração, meu marido deu a vida pelo clube e agora o clube ainda chateou meu filho! Meu filho está desanimado e não quer mais jogar até adquirir massa, ficar mais forte! Isso não se faz com uma criação”, completou Rosangela.

O atleta já havia participado de outros processos seletivos no ano passado, sempre com a chancela de Cleber, no entanto poucos meses depois ele cessou os treinamentos e pretendia voltar somente no início desse ano.

Para retornar a treinar no clube ele precisou passar pela peneira, onde havia mais de 600 atletas inscritos. Após dias de seleção, o fraco rendimento dentro de campo e também o biotipo do jogador foram os fatores determinantes para a desaprovação.

“Ele é um menino bem franzino e para os nossos padrões de avaliação ele está abaixo. Ele teria de ter muito destaque técnico para que isso pudesse ser suprido”, afirmou Mano Dal Piva, diretor das categorias de base da Chapecoense.

“Ele fez a seleção como todos os outros, como ele tem 14 anos e é franzino, não seria praxe ele fazer os testes, mas ele fez mesmo assim, pois damos oportunidades para todos. Não podemos privilegiar uns aos outros por outros motivos que não os de dentro de campo”.

A Chapecoense tem evoluído na preparação das categorias de base e tem sido modelo para muito clubes de Santa Catarina e isso segundo Mano se deve ao trabalho profissional realizado.

“Nós temos como falei nossos padrões e não podemos fugir deles. Temos muito a percorrer, mas estamos atingindo resultados muito bons e isso nos leva a crer que estamos no caminho certo.”

O diretor da Chapecoense ainda deixou claro que Clebinho tem as portas abertas na Chapecoense para avaliações futuras.

“Até falamos para eles (familiares), que se ele fizer um acompanhamento em uma academia, ganhar mais ‘corpo’ ele será reavaliado. Se ele melhora a sua condição ficaremos felizes em recebe-lo novamente”, complementou Mano.