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CBF é multada em R$ 111 mil por gritos de 'bicha' em jogo da seleção

Torcida presente em Itaquera entoou cantos homofóbicos durante partida contra o Paraguai - Nelson Antoine/AP
Torcida presente em Itaquera entoou cantos homofóbicos durante partida contra o Paraguai Imagem: Nelson Antoine/AP

Do UOL, em São Paulo

27/04/2017 11h48

A Fifa aplicou multa à Confederação Brasileira de Futebol por gritos de “bicha” da torcida na partida vencida pela seleção contra o Paraguai, na Arena Corinthians, 3 a 0, em 28 de março, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.

É a terceira vez que a CBF é multada em virtude de insultos homofóbicos. Anteriormente, a Fifa multou a CBF em 20 mil francos suíços (R$ 63 mil) por gritos de "bicha" no jogo contra a Colômbia, além de multa de 25 mil francos suíços (R$ 79 mil) em partida contra a Bolívia. O coro foi entoado quando o goleiro do Paraguai cobrava tiro de meta.

Outras confederações também foram penalizadas por incidentes considerados discriminatórios, incluindo homofobia. A Associação de Futebol da Argentina recebeu multa de 20 mil francos suíços (R$ 63 mil) e a Federação Mexicana foi punida com 10 mil francos suíços (R$ 31,8 mil).

A Fifa arrecadou mais de R$ 2 milhões em multas. O endurecimento da punição faz parte de uma postura mais agressiva da Fifa na tentativa de coibir manifestações homofóbicas nos estádios. O relatório do Comitê de Disciplina da entidade divulgado na última quinta-feira mostra o endurecimento.
 
Entre todas as posturas punidas pela Fifa, gritos de bicha (ou puto, na acepção espanhola do termo) e canções que fazem referência à sexualidade de maneira depreciativa foram as infrações que receberam as multas mais altas. 
 
As multas por homofobia variaram entre R$ 50 mil e R$ 165 mil. Problemas como invasão de campo, uso de sinalizadores e atrasos no início ou reinício de jogo também renderam punições. A Fifa multou a Federação da Albânia em 100 mil francos (R$ 318 mil) pelo arremesso de sinalizadores no
 
Em setembro, a atual secretária-geral da Fifa, a senegalesa Fatma Samoura, a primeira mulher e primeira pessoa não europeia a ocupar o cargo, já havia prometido penas mais duras para episódios de discriminação, como racismo, homofobia e xenofobia. Federações como as da Croácia e de Kosovo também foram multadas por gritos xenófobos de seus torcedores contra os sérvios.