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Palmeirenses relatam bombas atiradas por torcida do Peñarol antes de briga

Torcida do Palmeiras ficou encurralada na arquibancada - REUTERS/Andres Stapff
Torcida do Palmeiras ficou encurralada na arquibancada Imagem: REUTERS/Andres Stapff

Bruno Thadeu, Fábio de Mello Castanho, Guilherme Dorini e Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

27/04/2017 13h06

Três torcedores do Palmeiras que estiveram no estádio Campeón del Siglo, na quarta-feira, afirmaram que a torcida do Peñarol arremessou pelo menos duas bombas em direção ao setor visitante. Os artefatos foram atirados antes da briga dentro de campo, ocorrida logo após o apito final.

Veja os gols da partida.

Os torcedores alviverdes pediram ao UOL Esporte para não terem os nomes revelados. Nos três relatos, os torcedores do Palmeiras dizem que a primeira bomba foi jogada pela torcida uruguaia no 1º tempo, mas que o artefato não funcionou. A segunda bomba em direção aos palmeirenses teria sido atirada logo após o segundo gol do Peñarol. 

O Palmeiras venceu a partida de virada por 3 a 2, em partida que terminou com confusão em campo e nas arquibancadas. Jogadores das duas equipes se envolveram em uma briga, com acusações de 'emboscada' por parte de dirigentes palmeirenses e forte atuação de seguranças do clube para evitar algo pior. 

Fora de campo, o jogo terminou com um saldo de 29 pessoas presas e 18 policiais feridos, de acordo com o jornal El País?. Boa parte dos detidos se envolveram em uma confusão já do lado de fora do estádio, ao tentarem retornar às arquibancadas para participar da briga do lado de dentro.

Confira os três relatos de torcedores do Palmeiras:

Relato 1  

Eu estava no anel superior. Não vi como começou. No primeiro tempo, já jogaram duas bombas na torcida do Palmeiras, e teve um princípio de confusão, porque só tem duas grades que separam o setor que a torcida do Palmeiras estava e que a do Peñarol estava. Não tem polícia dentro do estádio, só seguranças particulares que não andam armados.

A hora que acabou o jogo, eles tentaram invadir. Eles tentaram passar por aquela grade. Quem segurou foi a Mancha Verde, eles que não deixaram a torcida do Peñarol invadir. Se eles invadissem, ia ser uma tragédia. A gente ia ficar acuado ali. Eles tentaram entrar por fora. Eles saíram e tentaram entrar por fora, pelo nosso setor. Nessa hora, a polícia interveio.

Teve um pouco de gente que se feriu, teve um rapaz com ferimento na cabeça, um senhor que tomou uma pedrada na cabeça, uma moça com corte na mão... Os paramédicos entraram para atender o pessoal, foi isso que eu vi. Fiquei no anel superior o tempo inteiro. Foram cenas bem fortes.

Depois que acabou o jogo (e a briga), ficamos mais ou menos 1h10min esperando a polícia liberar. Tinha bastante policial.

Relato 2

Começou já no primeiro tempo. A torcida deles atacou bomba, mas não fez muito efeito, tanto que um torcedor achou que era sinalizador e pegou com a mão, se ferindo. Não sei se foi muito grave. Ninguém percebeu que era uma bomba, tanto que todo mundo continuou no lugar. No segundo gol do Penãrol atacaram a segunda bomba. Aí a torcida do Palmeiras viu que foram eles. Rolou dos nossos torcedores subirem a grade para reclamar e dizer: ‘Para de atacar bomba’. Com receio, metade dos torcedores foi para o andar de cima porque eles viram que estava tendo confusão

Depois que acabou o jogo e atacaram duas bombas, a torcida [do Palmeiras] reclamou para a torcida deles: “Vocês estão loucos?” Nisso, eles começaram atacar pedra, barra de ferro. E a torcida do Palmeiras foi para o portão na grade para não deixar entrar. Os torcedores do Peñarol queriam entrar pela parte da lanchonete, pela entrada principal do estádio. Tinha meia dúzia de policiais, quase nenhum. Houve confrontos lá na entrada do estádio também porque eles queriam entrar.

Até começar a apaziguar, demorou umas 2 horas. Saímos escoltados fora do estádio de ônibus até onde estávamos hospedados

Relato 3

No primeiro tempo, antes do gol deles, jogaram uma bomba. Só que essa primeira bomba parecia que tinha dado coisa errada. Foi no meio da Mancha [Alviverde]. Deu um só barulho não muito alto e ficou tranquilo. No segundo gol deles, essa segunda bomba dispersou a torcida. Uma galera subiu para se proteger. Os caras da Mancha começaram a responder os uruguaios.

Quanto terminou o jogo, eles jogaram mais uma bomba. Também jogaram barra de ferro, lixeira. Aí nisso estourou também a treta no campo. A Mancha segurou la embaixo [portão] e ao mesmo tempo eles começaram a vir por cima. Se o pessoal da Mancha não segura, uma coisa muito pior poderia ter acontecido. Os torcedores do Peñarol atacaram pedras, garrafas. E todo esse momento sem polícia, porque a polícia não podia entrar no estádio. E os seguranças não faziam nada.

Uma criança q se machucou, um senhor ficou com nariz cortado. O lado bom é que os socorristas prestaram bom atendimento, ali mesmo na arquibancada.

Ouvimos de um policial que o acordo era de só fazer a segurança fora do estádio. Os policiais só começaram a reagir depois que a confusão começou lá fora.