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Mini pré-temporada e queda de estrelas fazem Palmeiras trocar de técnico

Danilo Lavieri e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

05/05/2017 04h00

A chance de dar ao time uma nova mini pré-temporada já com um novo técnico no comando pesou para o Palmeiras decidir pela demissão de Eduardo Baptista, oficializada na noite de quinta-feira. Sem nunca ter tido paz desde o seu desembarque na Academia de Futebol, ele será substituído interinamente por Cláudio Prates já no treino da manhã desta sexta-feira.

Em comunicado divulgado na manhã de sexta, Baptista agradeceu ao clube, disse ter vivido uma "ótima convivência" e evitou críticas diretas. "Agradeço a direção pela oportunidade e parabenizo pela excelente estrutura do departamento de futebol. Agradeço a toda a torcida palmeirense que sempre incentivou e apoiou o time incondicionalmente", disse o treinador.

Sem Baptista, a diretoria já trabalha para contratar o substituto. Como a Libertadores é o principal objetivo do clube, o Palmeiras quer aproveitar os quase 20 dias de trabalho com o escolhido até o confronto contra o Atlético Tucumán, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores, marcado para o dia 24 de maio. Neste período, o time ainda jogará duas partidas pelo Campeonato Brasileiro e uma pela Copa do Brasil.

Além disso, os classificados da Libertadores terão uma janela de mais de um mês para trabalhar entre os dois jogos das oitavas de final.

Esse foi um dos principais argumentos de conselheiros e diretores que agitaram os bastidores do clube minutos depois após a derrota por 3 a 2 para o Jorge Wilstermann, na Bolívia. Maurício Galiotte e Alexandre Mattos, presidente e diretor executivo do clube, respectivamente, também foram convencidos de que o time ainda não apresentava uma cara após três meses de trabalho do técnico.

O baixo desempenho de Borja, que custou R$ 35 milhões, e a queda de nível de nomes importantes como Tchê Tchê, Jean e Vitor Hugo também foram apresentados por pessoas que foram a favor da troca.

Por fim, os críticos lembraram as fracas atuações em jogos importantes como contra o Corinthians, na fase de grupos do Paulista, contra a Ponte Preta, nas semifinais do Estadual, e em jogos da Libertadores em que as vitórias vieram no sufoco (contra Jorge Wilstermann e Peñarol, ambas no Allianz Parque, e com gols nos acréscimos).

Por causa disso, os números positivos de Eduardo Baptista não foram considerados como suficientes: 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas em 23 jogos, o que resulta em um desempenho de quase 70% dos pontos.

Com a decisão tomada, a diretoria pretende contratar um novo técnico o mais rápido possível para que ela tenha tempo o suficiente para corrigir as principais falhas da equipe armada por Eduardo Baptista.

Cuca surge como o principal candidato. Desempregado, ele disse ter uma negociação com um time da China, mas pontuou em entrevista ao UOL Esporte que "amanhã é um outro dia".

Caso seja mesmo recontratado pelo Palmeiras, o técnico campeão brasileiro de 2016 ainda terá três testes até o confronto na Libertadores: dois jogos pelo Brasileirão (Vasco, no dia 14, e Chapecoense, no dia 20), e a estreia na Copa do Brasil contra o Internacional, em 17 de maio.