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Conselho do Palmeiras volta a ter força com perfil conciliador de Galiotte

Mauricio Galiotte é julgado como um presidente de "diálogo mais aberto" por conselheiros - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Mauricio Galiotte é julgado como um presidente de 'diálogo mais aberto' por conselheiros Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Danilo Lavieri e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

08/05/2017 04h00

As alamedas do Palmeiras voltaram a fazer parte do dia a dia do time de futebol. Se antes as decisões eram mais blindadas e concentradas em pessoas da cúpula, hoje circulam entre conselheiros e sócios, que usam aplicativos de celulares para opinarem sobre as questões da Academia de Futebol, como a demissão de Eduardo Baptista.

A mudança de cenário acontece basicamente pela mudança do presidente: Maurício Galiotte frequenta bem mais a sede social e é aberto ao diálogo. Além disso, o atual gestor deixa melhor informado nomes importantes na política do clube, como Mustafá Contursi, ex-presidente e principal nome do Conselho, e José Lamacchia e Leila Pereira, conselheiros e donos da patrocinadora alviverde.

O jeito de administrar as tarefas faz os conselheiros se sentirem mais importantes na vida política do clube. Alguns dos mais influentes, inclusive, conseguem angariar mais apoio para as ideias que consideram certas, aumentando a frequência que Maurício ouve sobre os mesmos assuntos de diferentes pessoas.

Nobre, ao contrário, era bastante criticado pelos conselheiros por não ter ouvidos aos associados e concentrar sempre as suas decisões entre poucas pessoas. O ex-presidente tinha nomes de confiança que circulavam nas alamedas e filtravam o que poderia ser construtivo, sempre de acordo com a visão deles.

A tática acaba servindo de escudo para eventuais pressões feitas pelo Conselho em cima do presidente, como hoje ocorre sob a nova gestão executiva.

Eduardo Baptista sentiu na pele os efeitos deste cenário, especialmente por nunca ter sido unanimidade no órgão. Logo depois de ser eliminado no Paulista, ele virou alvo de críticas constantes vindas do Conselho. A derrota para o Jorge Wilstermann foi decisiva para que a diretoria concordasse com a maioria e demitisse o treinador.

Desde a derrota para a Ponte Preta por 3 a 0, no primeiro jogo pela semifinal do Campeonato Paulista, conselheiros e associados mais próximos do presidente se mobilizaram para pedir a queda de Eduardo Baptista. Duas semanas depois, foram atendidos.