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David Luiz diz ter mudado seu jeito de jogar no Chelsea e relembra fome

Destaque no Chelsea, zagueiro admite que gostava de sair jogando, mas que hoje se controla - Richard Heathcote/Getty Images
Destaque no Chelsea, zagueiro admite que gostava de sair jogando, mas que hoje se controla Imagem: Richard Heathcote/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

12/05/2017 11h02

David Luiz se tornou um dos pilares da defesa do Chelsea no Campeonato Inglês. O time está próximo de alcançar o título nacional. O zagueiro brasileiro conta que mudou sua maneira de jogar.

Em entrevista ao jornal Daily Mail, David admite que gostava de avançar com a bola rumo ao ataque, mas que atualmente se tornou um atleta mais preso defensivamente.

18.ago.2006 - O zagueirão David Luiz, então com 19 anos, em treino do Vitória - Edmar Melo / Ag. A Tarde/Folhapress - Edmar Melo / Ag. A Tarde/Folhapress
David Luiz, aos 19 anos. Ele conta que não tinha zagueiro para jogo e decidiu atuar na posição quando defendia a base do Vitória. 'Algumas pessoas deixam passar oportunidades porque não querem tentar', diz David
Imagem: Edmar Melo / Ag. A Tarde/Folhapress

De volta ao Chelsea, o atleta de 30 anos mantém bom humor característico, mas ressalta estar mais maduro.

“Talvez antes eu ficava frustrado se meu time não conseguia controlar a bola no ataque, e eu saía da minha posição. Eu tentava fazer sozinho, porque isso fazia parte dos planos no Benfica [clube em que defendeu até 2011]. Meu trabalho era conduzir a bola até a linha do meio-campo. Mas no Chelsea não tem esse plano, mas de vez em quando eu queria fazer de qualquer maneira”, disse.

“Eu gosto de zagueiros que conseguem transformar uma jogada defensiva em jogada ofensiva. Eu gosto desse estilo. Eu não gosto de quem nunca sai com a bola, ou digamos, toca somente para o lado. Mas, agora, eu sei que não posso sempre fazer isso”

“Agora eu controlo meu jogo”, disse.

David Luiz afirma ser uma pessoa alegre por dar valor à vida. Ele conta que a distância dos pais na adolescência e as dificuldades enfrentadas neste período ajudaram a moldar sua conduta. O zagueiro relembra o período “pré-sucesso”: falta de dinheiro para transportes rumo aos treinos no São Paulo, fome nos testes no América-MG, e o pouco espaço no Vitória.

“Por 10 dias eu comia feijão batido no liquidificador 2 vezes por dia. Eles [América-MG] queriam que eu voltasse,l mas eu não voltei mais”.

“No Vitória, uma vez fomos de ônibus para Santiago, no Rio Grande do Sul. Foram 75 horas de viagem. Eu era reserva e não jogava como zagueiro. Quando os dois atletas da zaga se machucaram, o treinador perguntou: ‘E agora? Quem pode substituí-los?’. Eu falei: ‘Eu’. Ele respondeu:  ‘Mas você nunca jogou de zagueiro’. Eu respondi: ‘Mas agora eu posso’. Voltei para Salvador como zagueiro e fui eleito o melhor da competição”.

“Então eu falo para as pessoas que as vezes a oportunidade passa e elas têm que agarrar”.