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Filho pergunta por que corintiano Cristian não joga, diz sogro do volante

Cristian, volante do Corinthians, ao lado dos filhos Cristian Júnior (à esquerda) e Letícia  - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Cristian, volante do Corinthians, ao lado dos filhos Cristian Júnior (à esquerda) e Letícia Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

12/05/2017 04h00

Sogro e empresário do volante Cristian, o ex-jogador Baroninho, com passagens de destaque por Palmeiras e Flamengo, falou sobre a situação do genro corintiano. Em entrevista ao UOL Esporte, ele defendeu o atleta e fez comentários positivos sobre sua conduta profissional. Baroninho ainda revelou que o afastamento tem chateado o filho pequeno do volante, que não compreende as razões de não ver o pai em ação nos gramados - Cristian Júnior tem nove anos. 

"Ele segue treinando. Até agora, não apareceu nenhum time, ele não está sendo utilizado. Eu 'entro dentro dele' toda hora, porque eu sei da situação do jogador. Mas, vai fazer o quê? Cada um responde por aquilo que deve fazer. O Fábio Carille e o Alessandro praticamente liberaram ele, não foi inscrito, então o Cristian vai procurar um outro caminho. O Cristian é um cara que não bebe, que não fuma. Ele só bebe água, é pai de família", elogiou Baroninho. 

"Eu fico muito sentido porque o garoto dele, o meu neto, pergunta direto dele [pai], porque eu sei o que ele está passando. Ele como genro é nota mil, é um cara que se cuida, que é família, que cuida bem da minha filha, a Camila. Eu não tenho o que reclamar dele. Ele tem um casal, o Cristian Junior e a Ana Beatriz. Eu que joguei bola 'entro dentro dele', eu sei o que ele está passando, mas se Deus quiser ele vai sair dessa", comentou. 

Adquirido em 2015, Cristian ficou na reserva em seus dois primeiros anos de Corinthians sem conseguir atuar em sequência, com repetidos problemas físicos e muitas cobranças por ter um dos maiores salários do clube, em torno de R$ 420 mil. Fora dos planos de Fábio Carille no começo do ano, ele se irritou com a falta de oportunidades e, principalmente, por não ter sido avisado desse cenário com antecedência. Depois de criticar dirigentes em entrevista ao "Lance", Cristian foi afastado. São dois meses trabalhando afastado do resto do elenco. 

"Ele não tem problema nenhum com o Corinthians e nem com ninguém. Não tem mágoa de nada, entendeu? Ele está nessa situação, mas vai aparecer outro clube também, vamos esperar as portas se abrirem porque vai dar tudo certo. Ele praticamente convive comigo 24 horas, a gente conversa todos os dias, ele está tranquilo. São escolhas, né? O Corinthians escolheu isso", afirmou Baroninho.

Sogro conta situação semelhante que viveu no Palmeiras

O empresário e sogro não quis comentar sobre possíveis transferências. Em 2017, Cristian teve o nome ligado a Grêmio, Ponte Preta e Chapecoense, mas nenhum negócio avançou. "O Cristian tem de ter paciência. Ele tem contrato com o Corinthians, está chegando cedo [para treinar] e saindo quase como o último lá. Está cumprindo os horários que o Corinthians colocou para ele treinar. É chato? É chato, mas vai fazer o quê? Tem de cumprir, mas ele abatido? De jeito nenhum", defendeu. 

Na visão de Baroninho, os problemas no púbis em anos anteriores [2014 e 2015] foram determinantes para que Cristian tivesse tantas dificuldades. "Ele deu azar porque se machucou, né? Ele perdeu a possibilidade de jogar, de dar continuidade. Ele seria um grande vencedor dentro do Corinthians, a lesão atrapalhou muito o Cristian", disse.

Sogro e empresário de Cristian, Baroninho foi campeão mundial pelo Flamengo - Reprodução - Reprodução
Sogro e empresário de Cristian, Baroninho foi campeão mundial pelo Flamengo
Imagem: Reprodução

Ex-jogador de destaque, Baroninho usou o próprio exemplo da carreira para dar um conselho. "Eu passei por isso quando estava no Palmeiras, em 1981. Eu saí e apareceu o Flamengo, eu fui embora quando estava para renovar com o Palmeiras, mas não deu certo. Aí eu saí e dei a sorte de ser 'só' campeão do mundo pelo Flamengo. Em dez meses no Flamengo ganhamos cinco títulos lá [Taça Guanabara de 1981, Carioca de 1981, Torneio Internacional de Nápoles em 1981, Libertadores de 81 e Mundial de 81] e eu não tenho nenhuma mágoa do Palmeiras, eu sou palmeirense e foi o Palmeiras que me deu nome, projeção e deu status".