Sem megashow, Engenhão tem pagode, comida e área de lazer para comunidade

O Estádio Nilton Santos (Engenhão) foi construído em 2007 para a disputa dos jogos Pan-Americanos. Dez anos depois, o Botafogo, administrador do estádio após vencer licitação, finalmente está livre para usá-lo da maneira que lhe convir. O local ganhou as cores do Alvinegro e virou a ‘casa de festas’ da região. Além disso, os moradores da região e proximidade utilizam a área externa como área de lazer.

Ao todo, dez espaços foram criados e precificados pelo Botafogo em parceria com a empresa BlueMoon, responsável por captar e organizar os eventos. Os aluguéis variam entre R$ 6,5 mil até R$ 300 mil em espaços que podem comportar de 500 a 60 mil pessoas. Essa foi a alternativa encontrada pelo clube para arrecadar dinheiro de maneira alternativa ao futebol, prioridade do estádio.

Os eventos são dos mais variados. Festival de hambúrguer, shows de pagode com menor expressão e até o megashow do Guns N’ Roses, ocorrido em novembro. Apresentações como a da banda americana, evidentemente são os mais cobiçados, já que geram mais dinheiro, mas são mais raros, por outro lado - nos últimos três anos, foram raras as grandes produções no estádio. 

Enquanto não pintam acordos com astros da música, o Nilton Santos vai se virando com eventos menos badalados. Celebrare, Dilsinho, Chininha e Príncipe e Duduzinho fizeram shows para 6 mil pessoas em uma área em cima das arquibancadas do Setor Norte.

“Mas não é só de show. Por exemplo, no dia do jogo contra o Atlético Nacional-COL [quinta-feira] fechamos três camarotes que serão comemorados aniversários durante a partida. Tem também uma boate dentro do estádio que funciona praticamente toda semana”, disse Jota Neto.

“A ideia era fazer um polo entretenimento no local. Temos também área para casamento, um salão nobre no prédio anexo, criamos a Arena Kids para festas infantis. Qualquer pessoa pode alugar, mas sócios têm desconto”, completou o dono da empresa parceira do Botafogo há três anos.

A área interna é utilizada pelo Botafogo, que transformou o Engenhão em local de referência para eventos gerais. Os moradores da região sabem disso há muito tempo e usam os arredores como área de lazer. Inicialmente, poucas pessoas faziam exercício no local. Agora, algumas até desistem tamanha a concorrência no local.

Um deles é João Aida, professor de educação física e um dos primeiros a ter a ideia de criar aulas na área externa do Setor Norte. Ele comemora o fato de os moradores do bairro agora terem uma alternativa para lazer.

“Fui meio que pioneiro. Nem tinha muita gente fazendo isso lá. Fui com uma galera e iniciou devagarzinho. Depois deu um público legal de 12 a 15 por aula, toda terça e quinta. Paramos por causa das obras para Olimpíadas e não voltamos mais porque já tinha muita gente fazendo. É legal porque os moradores da região ganham essa alternativa de lazer”, explicou Aida.