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Promessa indicada por Luxa, "Rondiquelme" deixa Grêmio após 6 empréstimos

Há cinco anos, Rondinelly era apresentado pelo Grêmio. Agora o contrato acabou - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Há cinco anos, Rondinelly era apresentado pelo Grêmio. Agora o contrato acabou Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

13/05/2017 04h00

Na última sexta-feira, 12 de maio, chegou ao fim o período de cinco anos em que Rondinelly foi vinculado ao Grêmio. Apresentado em 11 de maio de 2012, o meia chegou ao Tricolor indicado por Vanderlei Luxemburgo, ganhou apreço da torcida e até um apelido: Rondiquelme (alusão ao argentino Juan Román Riquelme). Só que a trajetória passou longe do que se esperava. De promessa a 'encostado', ele rodou por vários clubes por empréstimo e deixa Porto Alegre desgostoso.

Rondinelly foi destaque do Campeonato Goiano de 2012. Defendia o Vila Nova, que tentou de todas as formas evitar sua saída. Queria ao menos R$ 3 milhões e tinha um pré-contrato para permanência dele por lá, mas uma cláusula autorizou o Tricolor a pagar apenas R$ 500 mil para contar com ele.

Aos 21 anos, eleito principal promessa daquele primeiro semestre, ele assinou logo por cinco temporadas. Apresentado, ficou feliz pela indicação de Vanderlei Luxemburgo, afirmou que tinha Kaká como ídolo no futebol e que tentaria trilhar o mesmo caminho do ex-são-paulino.

Jogou 14 partidas, a maioria delas entrando na segunda etapa. Não marcou gols, mas ganhou apreço da torcida. Os dribles o fizeram mudar de nome. Era chamado 'Rondiquelme'. Em 2016, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, ele lembrou do fato.

"O nome foi associado pelo jeito de jogar, a técnica. Como eu disse, os problemas que tive foram pela falta de oportunidade. Quando tive em campo, sempre correspondi. No Grêmio não foi diferente. Os torcedores gostavam de mim, pediam para eu entrar no time. Todos lembram disso. Não foi esquecido. É claro que se passaram três anos e não ganhamos títulos", disse.

Em seguida foi cedido ao Palmeiras na negociação que levou Barcos ao time gaúcho. Acompanhado por Léo Gago, Leandro e Vilson, pouco jogou no Palestra Itália - foram apenas oito jogos. "O grupo era muito grande, o Gilson Kleina não era um cara que dava muitas oportunidades aos jogadores. E ainda me lesionei algumas vezes", explicou.

E não parou aí. Em 2014 foram 16 jogos e dois gols pela Portuguesa, novo empréstimo ao Luverdense e outra saída para o Osasco Audax, com 12 jogos e três gols, No ano seguinte, foram dez jogos e dois gols pelo Macaé-RJ e no ano passado outro empréstimo, ao Londina, onde jogou 19 partidas, sem marcar gols.

Neste ano, quando tudo parecia perdido, uma nova chance no Grêmio surgiu, mas durou menos de uma partida. Quando Renato Gaúcho optou por dar ao 'time de transição' a chance de atuar pela Primeira Liga, Rondinelly começou como titular. Diante do Ceará, teve a oportunidade de jogar na Arena pela primeira vez, mas ao fim do primeiro tempo foi substituído.

O baixo aproveitamento pelo Grêmio o faz deixar o clube magoado. As palavras ditas no ano passado ainda cabem ao jogador, que deixou de ser promessa para atuar apenas uma vez no semestre depois de encarar seis períodos de empréstimo.

"No Grêmio fica um gosto (amargo) de ser patrimônio do clube e mal utilizado. De certa forma, o maior prejudicado é o atleta. Tem outros casos que acontece o mesmo. O Grêmio é muito grande, é gigante, mas o jogador não é. Era para minha carreira estar em voos mais altos não fosse tudo isso. Você é jogador de um grande clube, tem uma parte boa financeira, um salário, mas fica sendo emprestado a cada seis meses e isso atrapalha", afirmou.

Agora sem vínculo com clube algum, Rondinelly buscará um novo destino. Sem o salário 'padrão clube grande', sem a incerteza de ter que voltar para o Grêmio a cada seis meses. Talvez 'livre' sua carreira possa dar os voos mais altos que o mesmo esperava.