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Premiação extra, desabafos e reforços: Atlético-PR desenha virada no Chile

Lucho Gonzalez foi decisivo nas duas vitórias do Atlético fora de casa na Libertadores - Natacha Pisarenko/AP
Lucho Gonzalez foi decisivo nas duas vitórias do Atlético fora de casa na Libertadores Imagem: Natacha Pisarenko/AP

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

16/05/2017 15h24

Foram dias difíceis, com três goleadas e cinco jogos sem vitória. Mas para a partida desta quarta-feira (18), 21h45 em Santiago no Chile, o Atlético Paranaense só tem uma saída: vencer. Pela frente a Universidad Católica, que também tem obrigação de vitória, além de depender do resultado do jogo San Lorenzo-ARG x Flamengo, que acontece em Buenos Aires na mesma hora. Para o Atlético, pode ser o ponto final precoce em um sonho internacional, numa mudança de panorama que causou impacto, mas, pelos relatos que saem do próprio clube começam a ficar para trás. Por isso é que o clube e os jogadores se mobilizaram como em uma decisão. O presidente Luiz Sallim Emed e o vice-presidente Marcio Lara viajaram com a delegação para Santiago a fim de seguir na mobilização da semana.

Conversa e desabafo

A derrota para o Bahia por 2 a 6 fez com que vários jogadores se manifestassem publicamente. O meia Nikão foi o primeiro, ainda na saída da Fonte Nova, ao falar em “Tomar vergonha na cara”, e prometer “buscar a classificação de qualquer jeito”. Depois, na segunda-feira, o lateral-direito Jonathan usou seu perfil no Instagram para pedir o apoio do torcedor: “Nós nos sentimos envergonhados pelo que aconteceu. Mas o futebol não dá tempo para que abaixemos a cabeça e fiquemos com lamentações. Temos uma decisão já a dois dias. No meu pouco tempo de clube, posso dizer que a união de todos e o bom ambiente fazem com que estejamos mais confiantes e encorajados a enfrentar todas as situações.” Os dois publicitaram um pouco do que ocorreu nos últimos dias no CT do Caju, quando os principais jogadores do elenco trataram de se mobilizar em busca de uma resposta.

Jonathan Instagram - Reprodução - Reprodução
Jonathan falou do ambiente interno dos jogadores
Imagem: Reprodução

Premiação extra

Não bastasse a motivação pelo brio da reação, a diretoria do Atlético Paranaense também agiu. O clube já trabalha com premiações por metas atingidas, mas a necessidade de se classificar fez com que uma generosa oferta extra fosse dada, do roupeiro ao ponta-esquerda, por assim dizer. Os números não são públicos, mas o “bicho” prometido é “de fazer qualquer um querer participar”, disse um membro da equipe que pediu para não ser identificado por conta da política de comunicação do Atlético.

Existem várias possibilidades de os jogadores cumprirem essa meta. Vencer a Universidad Católica por um placar simples já garante a vaga, mas uma vitória com saldo maior que dois gols, combinada com uma vitória simples do San Lorenzo sobre o Flamengo, dá o primeiro lugar e afasta da direção outro problema: a saída da Arena da Baixada em uma eventual partida de oitavas de final por conta da Liga Mundial de Vôlei. Além disso, a vitória com um empate na Argentina garante ao menos o segundo lugar. Se der Flamengo em Buenos Aires, o Atlético se classifica com um empate.

Há ainda outra meta, essa menos desejada: a Copa Sul-Americana. Se acabar em terceiro lugar no grupo – para tal, basta que os dois jogos da quarta-feira terminem empatados – o Furacão terá como consolo a segunda maior competição do continente e uma nova chance de conquista internacional. Apenas um resultado definitivamente não atende aos atleticanos: a derrota.

Reforços

Depois de várias partidas, o Atlético de Paulo Autuori terá quase força máxima. As exceções são o zagueiro Thiago Heleno, suspenso, e o meia Felipe Gedoz, lesionado. Mas as voltas de Jonathan, Pablo e Carlos Alberto abrem novas possibilidades. Os dois últimos são esperança de criação de jogadas ofensivas, um problema crônico do Atlético desde o ano passado. Nesta temporada, o time fez apenas 29 gols em 28 jogos, tendo sofrido 33 – isso contando com todas as competições e formações possíveis do clube.

Os dois, porém, não devem atuar por 90 minutos. É possível até que revezem entre si, já que Nikão tem vaga garantida entre os titulares. Artilheiro do time na competição com três gols ao lado de Felipe Gedoz, o experiente Lucho Gonzalez é outro que estará em campo já com 100% da forma recuperada. Ele marcou os dois gols das vitórias por 1 a 0 que o time teve fora de casa na Libertadores até aqui, contra Deportivo Capiatá-PAR e San Lorenzo.